Diniz ganha última chance e vai ter de mudar a escalação
A insatisfação com o trabalho de Fernando Diniz atingiu o grau máximo no São Paulo após o empate com o Coritiba no último domingo, aumentando a série sem vitórias da equipe. A questão passa a ser de avaliação interna, inclusive dos mais entusiastas defensores do treinador, e não mais apenas um clamor do torcedor - que rompeu com Diniz há algum tempo. Mais que a falta de bons resultados (eliminação na fase de grupos da Libertadores e queda na tabela no Brasileiro), pesa contra Diniz o desempenho fraco e completamente apático do time nas últimas partidas. Além da insistência no modelo de jogo, da preferência por alguns jogadores em detrimento dos mais "raçudos" e até das entrevistas um tanto quanto desastradas do comandante depois dos jogos.
Após reunião de lavagem de roupa suja na manhã desta segunda-feira, Fernando Diniz ganhou mais uma chance. Possivelmente sua última chance neste mais de ano de trabalho. Mas vai ser obrigado a mexer no time, rever suas preferências e conceitos já a partir da quarta-feira, contra o Atlético-GO, na volta ao Morumbi.
Para esse jogo, Diniz já não poderia contar com Luciano, suspenso. Justamente Luciano, que é avaliado como o jogador "não contaminado" pela apatia geral que se instalou na equipe nas últimas semanas. Pois Diniz terá de descobrir "Lucianos" até quarta-feira. O time será escalado pelo aspecto anímico e não mais técnico. Nesse sentido, jogadores como Bruno Alves (eleito pelo torcedor o melhor em campo no jogo da Globo sem ter participado dele...), Luan, Trellez e Toró, entre outros, passam a ter chances. Tchê Tchê, Pablo, Vitor Bueno, entre outros, passam a ficar ameaçados.
É o movimento contrário ao feito por Diniz antes do jogo com o Sport, quando ele barrou a dupla de zaga Arboleda-Bruno Alves (para as entradas de Diego e Leo, além de Gabriel Sara no meio) em nome de um time mais técnico e de uma melhor saída de jogo. O São Paulo teve alguns bons resultados logo após a mudança anterior, mas não se sustentou. Deixou de criar oportunidades e passou a ter um dos sistemas defensivos mais vulneráveis do país.
Diniz vai ser obrigado a dar um passo atrás, ou vários, se ainda quiser ser técnico do São Paulo semana que vem. Seu time vai ter de ser literalmente outro a partir da quarta-feira. Mais suor, menos requinte. Indolência zero. Essa é a nova condição.
A diretoria elegeu sua nova missão, talvez a última do mandato Leco: a prioridade absoluta passa a ser a Copa do Brasil, onde o time enfrenta justamente o Fortaleza de Rogério Ceni na quarta feira que vem, dia 14. Mobilização total para a Copa do Brasil, foi o que Diniz ouviu de seus comandantes na manhã desta segunda-feira. Antes disso, e depois do jogo contra o Atlético-GO, o time ainda tem o clássico com o Palmeiras; sábado, no Allianz Parque, onde nunca conseguiu um bom resultado.
Na nova projeção consta: uma vitória contra o Atlético e ao menos o empate com o Palmeiras, para chegar inteiro e forte na Copa do Brasil diante do Fortaleza. Menos que isso será insuficiente para Fernando Diniz; e ele já sabe disso. Vai aproveitar sua última chance? (Por Arnaldo Ribeiro)
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