Tite finge que o problema não é dele, mas Klopp vai na canela
Sempre sorridente, o boa praça Jurgen Klopp fechou a cara ao ouvir o repórter do Esporte Interativo uma pergunta sobre Fabinho. O volante saiu machucado na vitória do Liverpool sobre o Midtjylland, da Dinamarca, nesta terça-feira, pela Liga dos Campeões.
Ao final da partida, o repórter disse que a contusão do volante preocupava não só os treinadores do Liverpool, mas também Tite, treinador da Seleção Brasileira. E a resposta do alemão veio na lata.
"Não sei se o Tite está tão preocupado, porque ele nunca o coloca para jogar. Então, provavelmente ele só não vai ficar sentado no banco nos próximos três jogos da Seleção."
Fabinho tem doze jogos pela Seleção Brasileira, sendo oito deles sob o comando de Tite. Com o treinador, o volante foi titular em apenas três partidas. Nas outras cinco, entrou no decorrer dos confrontos.
A resposta de Klopp foge do padrão dele mesmo (sempre sorridente e simpático) e dos treinadores em geral. Difícil ver reação parecida sobre convocações de Seleção. Entre os treinadores brasileiros isso é ainda mais raro. Curiosamente, quem reclamava disso, era Tite, mas isso quando treinador do Corinthians, lógico.
Acontece que Tite mudou de lado do balcão. Saiu de campo o treinador combativo que assinou um manifesto contra a CBF e o presidente Marco Polo Del Nero e entrou o outro, que beijou o mesmo cartola no dia em que assumiu a Seleção e que, desde então, se esforça para dizer que o calendário não é problema dele, mas da CBF. Como se ele não fizesse parte disso.
Klopp possivelmente nem sabe desses detalhes sobre Seleção, CBF e calendário. Mas se incomoda ao ver seus jogadores emprestados se desgastarem em viagens longas, jogos cansativos em eliminatórias infinitas.
Se Tite pode lavar as mãos e dizer que a preocupação dele é treinar a Seleção, Klopp tem o direito de reclamar, já que seu Liverpool e o seu trabalho estão sendo prejudicados.
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