Fernando Diniz levou 22 gols em 8 jogos de mata-mata. E há quem defenda...
O São Paulo foi eliminado de forma dramática da Copa Sul-Americana, levando um gol nos acréscimos, depois de ter conseguido uma virada incrível no segundo tempo da partida contra o Lanús. Foi a terceira eliminação do time de Fernando Diniz depois da volta do futebol. Antes, havia sido despachado no Paulista e na Libertadores.
Na entrevista pós-partida, Diniz disse não saber explicar o gol que ocasionou a eliminação. Falou em falta de concentração, mas preferiu culpar o primeiro tempo ruim do time. Disse ainda que a imprensa "especula demais em cima dos resultados" e que os jornalistas estavam tentando "criar um monstro" após o resultado.
Foram palavras diferentes, mas argumentos parecidos com os utilizados na entrevista no programa Bem Amigos, do Sportv, na segunda-feira (pós goleada sobre o Flamengo). No Bem Amigos, Diniz criticou a mídia por "moer treinadores" pelos resultados e pela avaliação rasa sobre os trabalhos.
Não participei lamentavelmente nem do programa e nem da entrevista coletiva depois da partida contra o Lanús. Já convidei várias vezes Fernando Diniz para um bate-papo no meu canal do Youtube com Eduardo Tironi, mas ele preferiu não se manifestar por ali.
Eu perguntaria o seguinte. Como um time, treinado pelo mesmo homem há 14 meses, leva 22 gols em 8 partidas decisivas depois da volta do futebol? Mirassol (Paulista), River e LDU (Libertadores), Fortaleza (Copa do Brasil) e Lanús (Sul-Americana)? Desses 8 jogos, o São Paulo venceu apenas 1 (!) e só passou na Copa do Brasil após 10 x 9 nas penalidades.
Na falta da oportunidade da pergunta e da resposta de Diniz, eu tento justificar por aqui. Tomou 22 gols porque é mal treinado defensivamente. Arrisca demais na saída de jogo, não faz faltas táticas, desarma pouco, a bola parada defensiva é muito ruim, os zagueiros, volantes e laterais sempre tentam algo mais rebuscado que o desarme. Essas são as características do São Paulo de Diniz como eram dos times treinados por Diniz.
Não por acaso, ele nunca venceu um campeonato. E hoje dirige um clube que precisa de um campeonato. Se refletisse sobre isso e tentasse corrigir, em vez de reforçar a cada semana suas convicções publicamente e teimosamente, espécie de soberba da derrota, Fernando Diniz poderia aprender com os erros sucessivos.
Ele tem ainda duas chances. Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Alguém acredita? (Por Arnaldo Ribeiro)
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