Diniz, o técnico da "era da pandemia"
Viralizou nas redes a imagem de Fernando Diniz, sob chuva, encharcado, saudando e sendo saudado pela eufórica torcida do São Paulo em frente ao portão principal do Morumbi - mais de uma após a classificação do São Paulo diante do Flamengo na Copa do Brasil. Diniz inclusive abraçou, efusivamente, o presidente da maior Organizada no clube. Ambos, por sinal, sem máscara. Justamente num momento em que a pandemia volta a assombrar o país e em que os clubes de futebol vivem surtos perigosos.
O ato de Fernando Diniz, que entrou no ônibus do clube (com jogadores e funcionários) logo depois da celebração do lado de fora, pode ser encarado de duas formas.
A primeira, sob a ótica da irresponsabilidade. Da parte da torcida, que aos milhares, fez festa antes, durante e depois do jogo - com pouca máscara e muito contato. Da parte do treinador, que foi além da saudação para o contato físico com os torcedores, antes de voltar ao convívio dos atletas.
A segunda, sob a ótica das relações humanas - coisa que Fernando Diniz tanto valoriza em seu discurso. Na noite chuvosa de quarta-feira no Morumbi, Fernando Diniz enfim conquistou o respeito da torcida são-paulina e fez questão de devolver o afeto até então inédito.
A relação entre Fernando Diniz (e seus jogadores) e o são-paulino começou a mudar justamente quando Rogério Ceni, eterna sombra e eterno ídolo tricolor, resolveu aceitar o convite do Flamengo - descartando a hipótese de voltar ao clube em março de 2021. A rejeição de Ceni foi o catalisador para criar um elo entre os que estão hoje no São Paulo (capitaneados por Raí, Diniz e Daniel Alves) e o judiado torcedor, que há anos não celebra um título.
Eliminar Ceni pela segunda vez na Copa do Brasil, agora pelo Flamengo, tem um peso enorme . Vai mudar para sempre o conceito dos dois técnicos entre o são-paulino. Dos dois...
Curiosamente, o público que ficou do lado de fora do Morumbi talvez tivesse provocado já há alguns meses a demissão de Diniz - caso a torcida estivesse liberada dentro dos estádios. A voz da arquibancada é muito mais forte que as redes sociais. É uma voz soberana. Raí, Diniz e cia provavelmente não teriam resistido com o estádio cheio.
Na estranha e complexa era da pandemia no futebol, Diniz pôde resistir e fortalecer o seu time. Alguma outra equipe consegue lidar melhor, pelo estilo de jogo, com o estádio vazio dentro e fora de casa?
O pior ano quase todos nós pode estar sendo o melhor ano da carreira de Fernando Diniz. Que ele saiba aproveitar a conexão criada nas mais completas adversidades. (Por Arnaldo Ribeiro)
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