Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Flamengo é mais culpado do que Vítor Pereira por fiasco no Marrocos
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Vítor Pereira não é o maior culpado pelo fiasco do Flamengo no Marrocos.
A diretoria é mais responsável do que ele, porque não ter conseguido criar, em quatro anos de gestão, processos objetivos de contratação e demissão, que ajudassem a excluir a política rasa de conselhos deliberativos da rotina do Ninho do Urubu.
São oito escolhas de técnicos nos quatro anos de mandato: Abel Braga, Jorge Jesus, Domenec Torrent, Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Paulo Sousa, Dorival Júnior e Vítor Pereira. O clube mais moderno e de maior arrecadação da América Latina não pode ter, em média, um treinador a cada seis meses.
Bem entendido que aqui não se defende também a queda de todo o corpo do futebol. A ideia a seguir é conceitual. Se um executivo troca oito vezes uma função chave de sua empresa, demite-se quem contrata errado. Marcos Braz tem méritos nestes quatro anos de sucesso rubro-negro, mas sucumbe à política de clube. O Flamengo pagou R$ 22 milhões em rescisões de técnicos, num período de 18 meses, entre Domenec Torrent e Paulo Sousa.
Paga caro para ter Vítor Pereira e permitiu que o time chegasse ao Mundial com um mês de trabalho. Como disse Gabigol, em seu discurso que ficou chato, "é o início de trabalho."
Seis meses, tempo médio de um treinador no Ninho do Urubu, é sempre começo de trabalho. Dos doze clubes mais tradicionais do país, o Flamengo troca menos de técnico do que Atlético, Cruzeiro, Vasco e Botafogo. Por fora, o rubro-negro tinha tudo para ser mais moderno.
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