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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

MP investiga máfia de apostas em Goiás. Sites financiam futebol atual

Árbitro Edílson Pereira de Carvalho, envolvido na Máfia do Apito, dá entrevista em 2005 - Cesar Rodrigues / Folha Imagem
Árbitro Edílson Pereira de Carvalho, envolvido na Máfia do Apito, dá entrevista em 2005 Imagem: Cesar Rodrigues / Folha Imagem

Colunista do UOL

14/02/2023 13h27

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O Ministério Público de Goiás faz operação para investigar grupo que supostamente fraudou resultados de jogos da Série B do Brasileirão, no ano passado. Embora ainda em estágio de investigação, a notícia publicada inicialmente pelo GE é mais um sinal do enorme risco que os sites de apostas trazem ao futebol do Brasil, antes de serem regulamentados. Desde 2018, o governo federal deu autorização ao Ministério da Fazenda para tratar da regulamentação do setor, o que ao menos obrigará os empresários do setor a indicarem todas as vezes em que houver apostas acima do normal.

Todos os grandes escândalos do esporte estão ligados a apostas, no Brasil ou fora dele. Com regulamentação ou sem, como demonstram o Tottonero, na Itália, e a Máfia da Loteria Esportiva, no Brasil. Em 2005, a Máfia do Apito, denunciada por André Rizek, na revista Veja, tinha o esquema ligado a apostas clandestinas.

O futebol brasileiro, hoje, tem parte de seu financiamento com dinheiro dos sites. Dos 20 clubes da Série A masculina de 2022, só o Palmeiras não tinha propaganda de apostas em seu uniforme, mas seu time feminino tem apoio de um destes sites.

No ano passado, houve denúncias de manipulações de resultados ligadas a sites de apostas nas segundas divisões dos Campeonatos Estaduais do Amazonas e do Rio de Janeiro.

Passou da hora da regulamentação. Pelo menos para manter o dinheiro no Brasil e para obrigar a informação das apostas fora do normal. Não vai dar para dizer que ninguém imaginava o que poderia acontecer quando surgir o próximo escândalo.