Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Reunião da Libra pode ser decisiva para acordo por liga única ou ruptura
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A reunião da Liga Brasileira (LIBRA) nesta terça-feira, em São Paulo, pode ser decisiva para um acordo e formação de uma liga única ou para ruptura total com a Forte Futebol. Hoje, há 18 clubes formando a Libra, entre eles os quatro grandes de São Paulo, mais Flamengo, Vasco e Botafogo, do Rio, Grêmio e Cruzeiro. São 26 na Forte Futebol, entre eles Atlético Mineiro, Fluminense, Internacional e Fortaleza.
Há quatro pontos fundamentais para o acordo e todos envolvem conversa institucional entre os dois grupos. Isto, em princípio, exigirá criação de uma comissão de cada lado, para iniciar o debate.
A partir daí, poderá haver debate sobre três questões básicas:
1 a diferença entre quem ganha mais e quem ganha menos não pode ultrapassar 3,5 vezes. Não é um princípio que possa haver discordância, porque tirar o torneio da CBF e organizá-lo a partir dos clubes é fazer crescer uma árvore em que todos os galhos sejam fortes e frondosos. Isto não vai acontecer com a atual distorção da divisão do dinheiro, especialmente com o valor mínimo garantido pelo pay per view.
2. as aprovações não poderão ser por unanimidade. Pessoas ligadas à Libra já afirmaram que este critério foi derrubado e que os assuntos podem ser aprovados com 85% dos votos. Ora, 15% de 18 clubes são 2,7. Neste caso, Flamengo e Corinthians, os que recebem mais, podem derrubar qualquer proposta se estiverem juntos e conseguirem apenas mais um voto, garantindo 3 clubes.
O ideal, na Libra ou numa Liga Única, é que as votações sejam como em qualquer lugar do mundo, com aprovações por dois terços ou maioria simples.
3, Período de transição. Já está acordado que Flamengo e Corinthians não poderão receber menos do que recebem hoje. Haverá um período de transição, para chegar ao formato ideal. Esse formato não pode manter a distorção atual, com valores de pay per view que variam de R$ 163 milhões do Flamengo para R$ 147 mil do Bragantino. Fala-se num período de transição de cinco anos. Se a diferença de valores atual persistir por cinco anos pode criar uma distância irreversível pelos próximos cinquenta.
O ponto central é sair da reunião desta terça-feira com uma comissão da Libra formada para debater institucionalmente com a Forte Futebol. Este é também o entendimento de gente dentro da Libra. Um exemplo da importância das duas comissões está no estudo recente feito pelo presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, em conjunto com o diretor-executivo do Bragantino, Thiago Scuro. Chegaram a uma divisão de dinheiro que não ultrapassa 3,4 vezes.
Este estudo foi levado à Forte Futebol, mas não como uma ação institucional, com papel timbrado e aprovação em assembleia da Libra.
Com base em todos estes pontos é fundamental que os dois lados sentem-se à mesa de maneira institucional. Duas entidades que se reconhecem e que pretendem um acordo.
Se não for assim, o que parece tão perto de acontecer vai ficar tão distante quanto saber quem é o campeão carioca de 1907, que levou cem anos para ter definição nos tribunais.
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