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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

CBF expõe marca Brasil ao improviso e à derrota contra Marrocos

Amrabat e Lucas Paquetá disputam bolo no amistoso Marrocos x Brasil - Fadel Senna/AFP
Amrabat e Lucas Paquetá disputam bolo no amistoso Marrocos x Brasil Imagem: Fadel Senna/AFP

Colunista do UOL

25/03/2023 21h04

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Por mais que se saiba que a CBF espera pela decisão de Carlo Ancelotti, por mais que exista descrédito da opinião pública sobre os técnicos brasileiros, a verdade é que ninguém está levando a seleção brasileira a sério.

Ramon Menezes é ótimo cara, perfeito para o time sub-20.

Mas a seleção jogou meio barro, meio tijolo, no Marrocos. Meio seleção principal, de Casemiro, meio sub-20, de Andrey Santos, um pouco renovação, com Rodrygo e Vinicius Junior formando o ataque.

Ramon montou o time no 4-4-2, duas linhas de quatro, mostrou estar atualizado ao fazer um 3-2-5 no ataque — linha de Émerson Royal, Rony, Rodrygo, Paquetá e Vinicius Junior na frente —, mas sem agressividade suficiente para ter mais do que a posse de bola.

A seleção jogava bem, quando fez seu gol anulado, por impedimento de Vinicius Junior.

Três minutos depois, Boufal marcou para o Marrocos.

A jovem seleção do Brasil sentiu. O Marrocos poderia ter feito 2 x 0 ainda no primeiro tempo, antes de retornar à segunda etapa e seguir com desempenho abaixo do normal.

Então, Ramon Menezes mexeu no time e houve a reação, com gol de Casemiro. Logo depois, o gol da vitória marroquina, de Sabiri.

A seleção tem de ser levada a sério e não dá para fazer um time sem compromisso.

É o Brasil.

Émerson Royal falhou no primeiro gol, Militão no segundo.

A renovação explica a derrota. O improviso também.

A cobrança não tem de ser em Ramon Menezes. Tem de ser no presidente da CBF. Não dá para expor a marca da seleção brasileira no improviso, como se fez.

Ancelotti vem em julho? Ou o Brasil vai ficar à sua mercê?

O Brasil precisa de um projeto de futebol. Hoje, não tem.

A CBF quer dar uma resposta à opinião pública, não sabe o que fazer se Ancelotti não vier e expõe o futebol brasileiro à segunda derrota consecutiva para um time da África.