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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Internacional tem Maurício e o antídoto ao Flamengo de Sampaoli

Disputa de bola em Internacional x Flamengo, pelo Brasileiro - RAUL PEREIRA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Disputa de bola em Internacional x Flamengo, pelo Brasileiro Imagem: RAUL PEREIRA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

23/04/2023 13h15

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Maurício só não começou jogando, porque recuperou-se há pouco de lesão e sua condição física não era a ideal.

Antes de se machucar, era o jogador símbolo do Internacional de Mano Menezes, o time da Série A que menos perdeu em 2023.

Só caiu contra o Grêmio. Em 61 partidas sob o comando de Mano, o Inter só perdeu seis.

É o oposto de Jorge Sampaoli.

O argentino é genial. Salvo exceções como o Sevilla recente, onde Sampaoli está, sempre há disputa por títulos.

Será assim também no Flamengo.

O vídeo dele falando sobre a bola, nunca perdê-la, é um primor, por demonstrar a alma do treinador argentino.

Foi o que fez no início do clássico contra o Flamengo.

Saída de dois homens, com Santos dando apoio. De onde tirou um terceiro, ilfiltrou um atacante.

O Flamengo posicionava-se, no ataque, com Fabrício Bruno e Léo Pereira atrás de uma linha de quatro homens — Wesley, Thiago Maia, Vidal e Ayrton Lucas, com Éverton Ribeiro e Gérson como meias, Pedro e Gabigol atacantes.

Gérson invertia com Ayrton Lucas e ajudava a dar amplitude, mas era meia, por trás dos dois atacantes.

Com isso, Sampaoli matava a sobra da defesa colorada, que sofreu até os 30 minutos.

Mano Menezes pensa o futebol de forma diferente. Precisa controlar o sistema defensivo, mesmo no mano a mano, usar o espaço para contra-atacar.

Conseguiu. No final do primeiro tempo, o Inter já tinha finalizado quatro vezes a mais do que o Flamengo, levado perigo em contra golpes, embora com erros grosseiros no último passe.

Outra coisa que Sampaoli consegue é extrair o máximo de jogadores que admira. Caso de Gérson, autor de um gol de placa, explorando falha da defesa do Internacional.

No minuto seguinte, entrou Maurício.

A diferença não era o jogo, mas a capacidade do último toque na bola. Maurício tem o que Alemão não possui: capricho.

Depois do gol de Gérson, Maurício não deu tempo para as comemorações rubro-negras. O empate nasceu quatro minutos depois.

Depois de bola na trave de Matheus França, aos 50 do segundo tempo, Maurício marcou uma obra de arte, quase tão bela quanto o primeiro gol de Gérson.

Com Sampaoli, o Flamengo vai brigar pelo título. O técnico argentino é genial. Sua presença faz acreditar em coisas boas.

No Beira Rio, encontrou seu antídoto: Mano Menezes.

E a lembrança de que em 37 partidas em solo colorado, o Flamengo só ganhou seis, na história do Brasileirão.

É sempre difícil jogar lá.