Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Maracanã não pode ser briga clubística. Licitação é obrigação do governo
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Cláudio Castro é o governador do puxadinho.
Seu governo assinou atestado de incompetência ao afirmar que precisava assinar, pela oitava vez, o Termo de Permissão de Uso Provisório do Maracanã, para Flamengo e Fluminense, ou correria o risco de fechar o Maracanã provisoriamente. Teria de fazer 23 novas contratações de serviços. Ora, bastava ter iniciado o processo de correção do edital de licitação em outubro. Naquele mês, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Márcio Pacheco, de quem Cláudio Castro foi chefe de gabinete, apontou 14 irregularidades no edital.
Cancelada em outubro, a licitação tinha de acontecer até abril. Assim como tem de haver compromisso de agilizar a nova concessão ainda neste ano.
O debate público do início da semana fez parecer uma briga clubística, com Fla-Flu de um lado, Vasco de outro.
Não pode ser isto. O que está em jogo é o Maracanã. O maior patrimônio físico do futebol do Brasil, tratado como puxadinho pelo governo fluminense há quatro anos.
É indefensável seguir com renovações do Termo de Permissão de Uso por tempo indeterminado, porque só a licitação determinará ao concessionário como e em qual valor devera ser feito o investimento no Maracanã. O contraponto é o governo fazer um decreto do "cuida aí pra mim..." Quebra uma cadeira, o Flamengo conserta, quebram quatrocentas, o Fluminense arruma, o gramado vira pasto e é debatido a cada seis meses, as imagens aéreas mostram a cobertura com problemas.
Até que venha a próxima gigantesca reforma.
Não importa se o consórcio formado por Flamengo e Fluminense vai vencer ou se ganhará o consórcio Vasco-W.Torre-Legends.
Interessa o patrimônio público.
Um dia depois da sétima renovação do Termo de Permissão de Uso em caráter precário, o governo Cláudio Castro tem obrigação de determinar prazos e informar a opinião pública sobre o que pretende para o Maracanã. Quando e com quais regras será feita a nova concessão. Ou se pretende voltar ao modelo Suderj. O que não pode é Cláudio Castro continuar governando o puxadinho.
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