Messi, pessoa jurídica

Messi é uma referência.

De vez em quando, alguém insinua que é autista.

Não, ele não está no espectro.

Por mais que se discutam suas características do início da vida e da carreira, é um dos maiores astros do planeta, em todos os aspectos. O esporte alcança o mundo e isto interfere nas relações políticas.

Pedir desculpas depois de ir à Arábia Saudita num período de treinos, dizer que não entendeu que não era folga, significa que não está entendendo nada.

Ou que está entendendo tudo, preocupado com quem lhe pagará mais no próximo contrato.

Ou para fazer propaganda do turismo no Oriente Médio.

Arábia Saudita e Qatar tiveram relações diplomáticas rompidas em 2017 e 2021. Seguem difíceis.

O Paris Saint-Germain é um clube do Qatar com sede na França.

Nesta semana, soube-se que Messi não permanecerá no PSG e que visita a Arábia Saudita durante período de treino. Retorna pedindo desculpas. Alguma vez Messi perdeu treino no Barcelona? Ou no PSG antes de anunciar que não permanecerá?

Messi não está entendendo nada ou está entendendo tudo?

No futuro breve, o maior jogador do século 21 poderá jogar pelo Manchester City, pelo Barcelona, ou na Arábia Saudita.

Sua saída do PSG representará o fim deste período do projeto PSG.

Messi sinaliza com ruptura com o Qatar e abertura com os sauditas, de boa relação com os Emirados Árabes, donos do Manchester City.

Engraçado que falamos tanto sobre sobre a ditadura do Qatar em 2022, sobre a falta de respeito pelas mulheres e homossexuais, e vibramos com o Manchester City.

Guardiola é um gênio. Messi possivelmente jogará lá. O time é a inovação tática, tudo lindo.

Mas está todo a serviço dos Emirados Árabes, apenas um pouco mais flexíveis do que o Qatar.

Messi é um gênio.

O maior jogador do século 21. A cada vez que se diz seu nome, dá vontade de levantar e aplaudir o craque.

A pessoa jurídica é diferente.