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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Luís Castro ainda pode mudar de ideia e já deixou imenso legado no Botafogo

Colunista do UOL

29/06/2023 16h36

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Luís Castro já tinha sido técnico do time principal do Porto, substituindo a Paulo Fonseca, em 2014.

Estava no Rio Ave, dois anos depois. Recebeu convite do Reading, para dirigir o time na Segunda Divisão Inglesa.

Estava tudo praticamente certo, a pontos de os dirigentes britânicos viajarem a Portugal para buscar o novo treinador.

Mas o sim definitivo ainda não tinha sido dado e Luís Castro disse não.

Ficou em Portugal.

A decisão atual de Luís Castro pode ser sim. Pode ser que vá para o Al Nassr, mas a resposta definitiva será apenas ao ter a passagem na mão. Até lá, Luís Castro é técnico do Botafogo.

O Botafogo teve 41 técnicos no século 21. Destes, só oito permaneceram por um ano ou mais no cargo: Levir Culpi, Cuca, Ney Franco, Joel Santana, Oswaldo de Oliveira, Ricardo Gomes, Jair Ventura e Luís Castro.

Dos oito heróis, Luís Castro é o terceiro em aproveitamento: 60%.

Mas tem mais vitórias (44) do que Ricardo Gomes (37) e Joel Santana (44), os dois com 64% de pontos conquistados.

O legado de Luís Castro não é este, se de fato deixar o clube na manhã de sexta-feira.

O Botafogo é outro clube. Este colunista escreveu em fevereiro uma série de observações sobre o primeiro aniversário da SAF botafoguense. O texto tinha muita coisa importante e uma coisa exagerada, um erro, ao dizer que não havia nada a comemorar. Já havia,é claro. Apesar dos equívocos apontados.

Dos acertos, Luís Castro ajudou em muitos. A iniciar a estruturação do Centro de Treinamento Lonier, em Curicica (ali não é mais Vargem Grande), a remontar o campo anexo do Nílton Santos, tirando a parte de cimento abaixo do gramado e refazendo o local de treino com grama idêntica ao do estádio principal.

Hoje, há condição de treino no Botafogo. Não havia. E deve melhorar muito ainda.

Diferentemente de Joel Santana e Ricardo Gomes, que pegaram um clube com problemas, mas não em ruínas, Luís Castro participa da reconstrução de um clube Glorioso. Partiu do zero.

Pouca gente percebe isso. O Botafogo, em estrutura, estava arruinado. Não está mais.

É um clube com auto estima elevada, cabeça erguida, campos de treino montados, centro de treinamento sendo estruturado.

Luís Castro é parte deste alicerce.