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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Vasco se junta a Botafogo e Cruzeiro. Existe chance de Liga única

John Textor está dentro e quando a ideia é comunhão de interesses - Getty Images
John Textor está dentro e quando a ideia é comunhão de interesses Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

06/07/2023 14h29

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O Vasco se juntou ao movimento inaugurado pelo Botafogo e seguido pelo Cruzeiro. Assinou contrato na tarde desta quinta-feira com os fundos de investimentos Serengetti e Life Capital Partners (LCP). Na prática, isto cria uma virada no número de clubes e jogos da Série A , entre Libra e Liga Forte.

Não pode ser uma disputa.

Tem de se caminhar na direção de uma liga só. Ainda é um quebra-cabeças político difícil de se montar, mas há chance de acontecer.

No início deste processo, a Liga Forte tinha nove clubes da Série A atual, contra onze da Libra.

Neste momento, entre filiados à Liga Forte e os que já assinaram o contrato com Serengetti-LCP, há doze clubes da Série A: América, Atlético Mineiro, Athletico Parsanaense, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional e Vasco.

Atlético Mineiro e Internacional não assinaram ainda o contrato. Há pressões dentro do Atlético de antigos credores e uma discussão interna no Internacional para aprovação no Conselho Deliberativo. Mas estão filiados à Liga Forte.

A ruptura de Botafogo, Cruzeiro e Vasco com a Libra se dá por discordâncias sobre o modelo de votação, por unanimidade, e da divisão do dinheiro de TV. Ao anunciar a saída da Libra, o proprietário do Botafogo, John Textor afirmou: "Estou pronto para fazer negócio. Mas uma liga unificada não pode ter os desentendimentos que estão acontecendo entre os clubes."

Botafogo, Cruziero e Vasco não se filiaram à Liga Forte, mas assinaram contrato com os mesmos investidores. O Coritiba segue filiado. Ou seja, estão dentro das mesmas premissas e divisão do dinheiro de TV, de acordo com regras que diminuam a distância entre o primeiro e o último. Estão no mesmo bloco comercial.

De acordo com a mesma forma de divisão do da forma mais equilibrada possível.

Há mais clubes descontentes na Libra. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, já manifestou em reuniões sua discordância com alguns pontos. Não está em rota de colisão ou ruptura. Apenas avaliando prós e contras.

Assim como faz o Conselho Deliberativo do Internacional, clube filiado à Liga Forte, que estuda o contrato já assinado por Botafogo, Cruzeiro e Vasco.

Não existirá avanço para o futebol brasileiro, globalmente, se não houver uma liga, formatada por princípios econômicos. A palavra Liga, sozinha, não quer dizer nada. A Premier League transformou lixo em ouro, o Campeonato Inglês no mais perfeito torneio nacional do mundo.

A Liga Italiana transformou ouro em lixo. Da Série A soberana, assistida em todo o planeta, perdeu visibilidade em comparação com Espanha e Inglaterra.

Não se trata de ter dois ou três blocos comerciais, para negociarem direitos.

Trata-se de trabalhar pela revolução que o futebol brasileiro precisa. Deixar de ser o subúrbio do mundo, um lugar em que poucos ganhem muito e, mesmo assim, quase nada na comparação com a elite.

Para isto, é importante fazer nascer uma nova forma de administração, com olhar global, macro-econômico.

Botafogo, Cruzeiro e Vasco tentam avançar nessa direção.