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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Morte de Gabriella teve troca de garrafadas e erro de estratégia da PM

Colunista do UOL

10/07/2023 13h54

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Uma briga com arremessos de garrafas entre torcedores de Flamengo e Palmeiras, na rua Padre Antônio Tomás, no final da tarde de sábado, foi o que causou a morte de Gabriella Anelli, por um estilhaço de vidro que atingiu seu pescoço.

A morte não foi fruto de briga na rua Palestra Itália, na parte da frente do estádio.

Houve grave erro de estratégia da Polícia Militar, que permitiu torcedores uniformizados numa rua que só deveria ter entrada de torcedores visitantes e de palmeirenses detentores de camarotes. As duas entradas são distantes cerca de 500 metros.

Não haveria risco se só houvesse acesso de palmeirenses até o portão C1, entrada para camarotes e lounge premium.

Rubro-negros entrariam pelo portão D, com total separação.

A questão é que havia uniformizados palmeirenses no meio da quadra, pouco antes dos tapumes que dividiam os setores.

Há uma sede de uma uniformizada, não majoritária, na mesma rua. Os bares da Padre Antônio Tomás não vendem cervejas em garrafas nos dias de jogos. Apenas em copos descartáveis. As garrafas long necks são conseguidas com ambulantes. Há relatos de paus e pedras voando também no final da tarde e início da noite na rua Padre Antônio Tomás.

Há relatos de que havia poucos policiais na separação, naquele momento.

Os uniformizados palmeirenses deveriam se concentrar na Avenida Francisco Matarazzo e ingressar pelo portão B, que dá acesso ao gol norte. Dentro do estádio, o gol norte fica em lado oposto à torcida visitante.

Então, o acesso para torcedores palmeirenses, exceto os que acessam os camarotes, deveria ter sido vetado nas duas entradas da rua Padre Antônio Tomás, que começa na Avenida Francisco Matarazzo e vai até a avenida Antártica.

Gabriella não estava a caminho dos camarotes, nem envolvida na briga. Ingressaria no estádio pelo portão B, gol norte, na avenida Francisco Matarazzo. Sua morte seria evitada se o bloqueio fosse feito naquele pedaço da rua.

Leonardo Felipe Xavier Santiago, 26 anos, torcedor rubro-negro, está indiciado por homicídio.

Ouvido no final da tarde, o comando da Polícia Militar não contesta a versão do blog.