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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Sobre meninos e porcos e sobre outras loucuras

Colunista do UOL

13/07/2023 13h23

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Aquele era um tempo em que a sede da Mancha Verde ficava na rua Padre Antônio Tomaz, bem em frente ao bar do Cabral, onde hoje fica a entrada da torcida visitante no Allianz Parque. A 50 metros de onde morreu Gabriela Anelli. A Mancha nasceu da fusão de três torcidas, Inferno Verde, Império Verde e Grêmio Alviverde, com um ideal: acabar com a fama de bunda-mole da torcida do Palmeiras.

Não se diga que a Mancha é culpada de tudo. Não é. Nem a Gaviões ou a Independente.

A culpa da violência no futebol é da impunidade. Por exemplo, por Cleo Sóstenes ter sido assassinado em 1988 e, até hoje, a polícia não ter identificado o autor dos disparos. Ou por Adalberto Benedito dos Santos, condenado a 14 anos pelo homicídio de Márcio Gasparini, em 1995, ter cumprido apenas quatro.

Ninguém deve ter a pretensão de descumprir a lei. Se é possível conceder liberdade condicional, aplica-se. Mas, a trinta anos sabe-se que o futebol precisa do rigor da lei seca do Rio de Janeiro. Saber que se enfiar numa briga de torcida, a punição vai ser dura.

Não é assim.

Sobre Meninos e Porcos conta o tempo em que o centro de Santo André era palco de brigas e assassinatos de skin heads contra metais e contra punks. Havia mortes e a polícia tinha enorme dificuldade em conter a violência. Talvez por ser no meio da rua, ou na estação ferroviária de Santo André, pela população comum se ver ameaçada, o Estado solucionou o problema.

O primeiro episódio de Meninos e Porcos mostra um pouco sobre um crime jamais solucionado que explica como a impunidade fez a violência jamais ser contida, a ponto de haver crimes nos arredores de estádios, quando nem sequer há partidas dentro deles.

"Não podemos nos esquecer que o crime da Gabriela é o segundo nos arredores do Allianz Parque e, no primeiro, no dia da final do Mundial de Clubes, nem havia jogo na arena", disse Paulo Serdan ao De Primeira, nesta quinta-feira (13).

Sobre meninos e porcos

A violência entre torcidas foi retratada na terceira temporada do podcast UOL Esporte Histórias. A série "Sobre meninos e porcos" conta em seis episódios a história de como as torcidas organizadas saíram da festa e chegaram à violência.

O relato é centrado no assassinato de Cléo Sóstenes Dantas nos anos 1980, considerado o marco da chegada das armas de fogo às brigas de organizadas.

  1. Respeito é pra quem tem
  2. E ninguém vai me segurar
  3. Sangue derramado
  4. Calibre 38
  5. Chumbo de caça
  6. Sem saída

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