Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Sobre meninos e porcos e sobre outras loucuras
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Aquele era um tempo em que a sede da Mancha Verde ficava na rua Padre Antônio Tomaz, bem em frente ao bar do Cabral, onde hoje fica a entrada da torcida visitante no Allianz Parque. A 50 metros de onde morreu Gabriela Anelli. A Mancha nasceu da fusão de três torcidas, Inferno Verde, Império Verde e Grêmio Alviverde, com um ideal: acabar com a fama de bunda-mole da torcida do Palmeiras.
Não se diga que a Mancha é culpada de tudo. Não é. Nem a Gaviões ou a Independente.
A culpa da violência no futebol é da impunidade. Por exemplo, por Cleo Sóstenes ter sido assassinado em 1988 e, até hoje, a polícia não ter identificado o autor dos disparos. Ou por Adalberto Benedito dos Santos, condenado a 14 anos pelo homicídio de Márcio Gasparini, em 1995, ter cumprido apenas quatro.
Ninguém deve ter a pretensão de descumprir a lei. Se é possível conceder liberdade condicional, aplica-se. Mas, a trinta anos sabe-se que o futebol precisa do rigor da lei seca do Rio de Janeiro. Saber que se enfiar numa briga de torcida, a punição vai ser dura.
Não é assim.
Sobre Meninos e Porcos conta o tempo em que o centro de Santo André era palco de brigas e assassinatos de skin heads contra metais e contra punks. Havia mortes e a polícia tinha enorme dificuldade em conter a violência. Talvez por ser no meio da rua, ou na estação ferroviária de Santo André, pela população comum se ver ameaçada, o Estado solucionou o problema.
O primeiro episódio de Meninos e Porcos mostra um pouco sobre um crime jamais solucionado que explica como a impunidade fez a violência jamais ser contida, a ponto de haver crimes nos arredores de estádios, quando nem sequer há partidas dentro deles.
"Não podemos nos esquecer que o crime da Gabriela é o segundo nos arredores do Allianz Parque e, no primeiro, no dia da final do Mundial de Clubes, nem havia jogo na arena", disse Paulo Serdan ao De Primeira, nesta quinta-feira (13).
Sobre meninos e porcos
A violência entre torcidas foi retratada na terceira temporada do podcast UOL Esporte Histórias. A série "Sobre meninos e porcos" conta em seis episódios a história de como as torcidas organizadas saíram da festa e chegaram à violência.
O relato é centrado no assassinato de Cléo Sóstenes Dantas nos anos 1980, considerado o marco da chegada das armas de fogo às brigas de organizadas.
Os podcasts do UOL estão disponíveis aqui e em todas as plataformas de distribuição, como Spotify, Apple Podcasts e no Youtube, entre outros.
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