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OpiniãoEsporte

Vanderlei Luxemburgo e as entrevistas coletivas

Vanderlei Luxemburgo não respondeu bem à primeira pergunta de sua entrevista coletiva.

Não há nada mais justo do que um repórter questionar o que o técnico julgou da partida.

Vanderlei, isto pertence ao jornalismo, ora.

Entende-se que Luxemburgo julgue as críticas em maior tom nas discordâncias de suas afirmações, sem premissas.

Combinemos que Luxemburgo levou pancadas justas e outras injustas.

Cria casca.

Mas o jornalista pergunta, o técnico responde, o comentarista analisa no estúdio. E, então, vêm as críticas.

Melhor seria dizer, educadamente: "Desculpe, prefiro não analisar o jogo todo. Você pode perguntar sobre algum aspecto específico, por favor?"

Como isto não é terapia, Luxemburgo não precisa concordar com o tom ameno de quem não está na sua pele (eu).

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Há aqui uma questão que envolve a imprensa, como no dia em que Ânderson Barros deu entrevista coletiva e afirmou que seu clube falava com a torcida, mesmo sem conceder entrevistas, porque se comunicava por suas redes sociais.

Ora, o contraditório é importante para a democracia. A pergunta dá o direito ao entendimento do que não se compreendeu.

Até mesmo quando Luxemburgo diz que não gostou da pergunta.

Há aqui a chance de debater.

Há jornalistas que afirmam não gostar de entrevistas coletivas de treinadores.

Erro grosseiro em relação à nossa profissão, o jornalismo. Conversei com um dos comentaristas a quem admiro, nesta semana.

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A entrevista é pouco do que restou para nossa profissão. Há quem vá ao estádio e seja remunerado apenas para ouvir as entrevistas.

Quanto menos entrevists, mais desemprego.

Os Secos e Molhados gravaram "Fala", de João Ricardo, na voz de Ney Matogrosso, a canção que deveria ser hino do jornalismo.

"Eu não sei dizer nada por dizer, então eu escuto", diz o primeiro verso.

Escutamos. Perguntamos.

Alguns de nós apenas falamos, é verdade.

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Luxemburgo não foi bem na resposta, não. Se a pergunta é: "O que você achou do jogo?"

A pergunta é justa. É o papel do repórter, que não é comentarista.

Ao técnico, cabe responder ou pedir desculpas e não responder por qualquer motivo.

Perguntar não ofende.

Perguntar o que você acha do jogo, muito menos.

Luxemburgo foi muito bem no jogo. Ajudou a mudar o panorama da partida.

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Poderia ter explicado isso.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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