Vanderlei Luxemburgo e as entrevistas coletivas
![Vanderlei Luxemburgo: positivo! Vanderlei Luxemburgo: positivo!](https://conteudo.imguol.com.br/c/esporte/c4/2023/07/15/vanderlei-luxemburgo-tecnico-do-corinthians-em-jogo-contra-o-america-mg-1689450983871_v2_450x450.jpg)
Vanderlei Luxemburgo não respondeu bem à primeira pergunta de sua entrevista coletiva.
Não há nada mais justo do que um repórter questionar o que o técnico julgou da partida.
Vanderlei, isto pertence ao jornalismo, ora.
Entende-se que Luxemburgo julgue as críticas em maior tom nas discordâncias de suas afirmações, sem premissas.
Combinemos que Luxemburgo levou pancadas justas e outras injustas.
Cria casca.
Mas o jornalista pergunta, o técnico responde, o comentarista analisa no estúdio. E, então, vêm as críticas.
Melhor seria dizer, educadamente: "Desculpe, prefiro não analisar o jogo todo. Você pode perguntar sobre algum aspecto específico, por favor?"
Como isto não é terapia, Luxemburgo não precisa concordar com o tom ameno de quem não está na sua pele (eu).
Há aqui uma questão que envolve a imprensa, como no dia em que Ânderson Barros deu entrevista coletiva e afirmou que seu clube falava com a torcida, mesmo sem conceder entrevistas, porque se comunicava por suas redes sociais.
Ora, o contraditório é importante para a democracia. A pergunta dá o direito ao entendimento do que não se compreendeu.
Até mesmo quando Luxemburgo diz que não gostou da pergunta.
Há aqui a chance de debater.
Há jornalistas que afirmam não gostar de entrevistas coletivas de treinadores.
Erro grosseiro em relação à nossa profissão, o jornalismo. Conversei com um dos comentaristas a quem admiro, nesta semana.
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Quanto menos entrevists, mais desemprego.
Os Secos e Molhados gravaram "Fala", de João Ricardo, na voz de Ney Matogrosso, a canção que deveria ser hino do jornalismo.
"Eu não sei dizer nada por dizer, então eu escuto", diz o primeiro verso.
Escutamos. Perguntamos.
Alguns de nós apenas falamos, é verdade.
Luxemburgo não foi bem na resposta, não. Se a pergunta é: "O que você achou do jogo?"
A pergunta é justa. É o papel do repórter, que não é comentarista.
Ao técnico, cabe responder ou pedir desculpas e não responder por qualquer motivo.
Perguntar não ofende.
Perguntar o que você acha do jogo, muito menos.
Luxemburgo foi muito bem no jogo. Ajudou a mudar o panorama da partida.
Poderia ter explicado isso.
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