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OpiniãoEsporte

Botafogo reconstruiu-se a partir de competição continental 30 anos atrás

O Botafogo é o único clube grande do Brasil sem título nacional nem internacional no século 21.

O processo de reconstrução a partir da SAF, ainda que não seja perfeita, está em andamento.

Com empréstimo admitido de R$ 15 milhões e com a chance de conquistar, numa mesma temporada, os dois troféus que lhe faltam: Brasileirão e Sul-Americana.

Vai depender do difícil jogo da noite desta quarta-feira contra o Defensa y Justicia, em Buenos Aires.

Há trinta anos, o Botafogo também precisou passar por processo de reconstrução.

Depois de cinco temporadas com o apoio do banqueiro do jogo do bicho, Emil Pinheiro, o clube viu o contraventor levar todos os jogadores embora depois da decepção da perda do título brasileiro para o Flamengo, em 1992.

O esquadrão montado com o dinheiro do bicheiro tinha: Ricardo Cruz, Odemílson, Renê Playboy, Márcio Santos e Válber; Carlos Alberto Santos, Pinto e Carlos Alberto Dias; Renato Gaúcho, Chicão e Valdeir.

Depois do vice-campeonato, Emil foi embora e levou todos os jogadores juntos.

O resultado foram campanhas terríveis nos Cariocas de 1992 e 1993, a última colocação no Brasileiro de 1993 — não havia rebaixamento para os grandes — e a formação de um elenco ruim.

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Que, no entanto, chego ao título da Copa Conmebol, numa improvável final vencida contra o Peñarol.

Nem o presidente Mauro Ney Palmeiro acreditava no sucesso, a ponto de colocar à disposição da torcida menos ingressos do que a procura. Com a torcida em peso na porta do Maracanã, o Botafogo precisou abrir os portões às pressas para mais de 40 mil espectadores assistirem ao jogo do título.

Carlão, Perivaldo, André, Cláudio e Clei; Nélson, Suélio, Alessio e Marcelo; Sinval e Eliel. O técnico Carlos Alberto Torres conseguiu, assim, o título da Copa Conmebol, irmã mais velha da Copa Sul-Americana.

Em três temporadas, entre 1993 e 1995, o Botafogo tornou-se forte e respeitado, ganhou o Brasileirão e a Conmebol, hoje pintadas no muro de General Severiano: Campeão brasileiro 1968 e 1995; Campeão sul-americano de 1993. Está escrito assim ao lado do casarão de General Severiano, para quem passa pouco à frente do Rio-Sul, pouco antes de chegar à Urca.

O jogo contra o Defensa y Justicia não será fácil.

Pode ser um dos passos da reconstrução, como foi trinta anos atrás.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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