Botafogo reconstruiu-se a partir de competição continental 30 anos atrás
![Lucas Fernandes em ação durante Botafogo x Defensa y Justicia, duelo da Sul-Americana Lucas Fernandes em ação durante Botafogo x Defensa y Justicia, duelo da Sul-Americana](https://conteudo.imguol.com.br/c/esporte/0a/2023/08/23/lucas-fernandes-em-acao-durante-botafogo-x-defensa-y-justicia-duelo-da-sul-americana-1692831554456_v2_450x450.jpg)
O Botafogo é o único clube grande do Brasil sem título nacional nem internacional no século 21.
O processo de reconstrução a partir da SAF, ainda que não seja perfeita, está em andamento.
Com empréstimo admitido de R$ 15 milhões e com a chance de conquistar, numa mesma temporada, os dois troféus que lhe faltam: Brasileirão e Sul-Americana.
Vai depender do difícil jogo da noite desta quarta-feira contra o Defensa y Justicia, em Buenos Aires.
Há trinta anos, o Botafogo também precisou passar por processo de reconstrução.
Depois de cinco temporadas com o apoio do banqueiro do jogo do bicho, Emil Pinheiro, o clube viu o contraventor levar todos os jogadores embora depois da decepção da perda do título brasileiro para o Flamengo, em 1992.
O esquadrão montado com o dinheiro do bicheiro tinha: Ricardo Cruz, Odemílson, Renê Playboy, Márcio Santos e Válber; Carlos Alberto Santos, Pinto e Carlos Alberto Dias; Renato Gaúcho, Chicão e Valdeir.
Depois do vice-campeonato, Emil foi embora e levou todos os jogadores juntos.
O resultado foram campanhas terríveis nos Cariocas de 1992 e 1993, a última colocação no Brasileiro de 1993 — não havia rebaixamento para os grandes — e a formação de um elenco ruim.
Que, no entanto, chego ao título da Copa Conmebol, numa improvável final vencida contra o Peñarol.
Nem o presidente Mauro Ney Palmeiro acreditava no sucesso, a ponto de colocar à disposição da torcida menos ingressos do que a procura. Com a torcida em peso na porta do Maracanã, o Botafogo precisou abrir os portões às pressas para mais de 40 mil espectadores assistirem ao jogo do título.
Carlão, Perivaldo, André, Cláudio e Clei; Nélson, Suélio, Alessio e Marcelo; Sinval e Eliel. O técnico Carlos Alberto Torres conseguiu, assim, o título da Copa Conmebol, irmã mais velha da Copa Sul-Americana.
Em três temporadas, entre 1993 e 1995, o Botafogo tornou-se forte e respeitado, ganhou o Brasileirão e a Conmebol, hoje pintadas no muro de General Severiano: Campeão brasileiro 1968 e 1995; Campeão sul-americano de 1993. Está escrito assim ao lado do casarão de General Severiano, para quem passa pouco à frente do Rio-Sul, pouco antes de chegar à Urca.
O jogo contra o Defensa y Justicia não será fácil.
Pode ser um dos passos da reconstrução, como foi trinta anos atrás.
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