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OpiniãoEsporte

Neymar emocionou-se e emocionou a noite de Belém

O quarto gol do Brasil contra a Bolívia fez mais do que transformar Neymar no maior artilheiro da seleção em partidas oficiais.

Revelou coisas que sabemos e, por vezes, fazemos questão de esquecer.

A maneira como o grupo de jogadores correu para abraçar o artilheiro mostrou como é querido por todos os colegas.

Coisa que seu estafe faz questão de dizer toda vez que se suspeita que seu período na seleção possa ter se encerrado.

Casemiro, Raphinha, Rodrygo, Bruno Guimarães, Marquinhos, Danilo... todos pareceram emocionados.

Neymar, mais ainda. A homenagem a Pelé era inevitável e foi bem feita, com os socos no ar que lembraram os que o Rei deu na Bombonera, ao aniquilar o Boca Juniors na segunda final vencida da Libertadores.

Não foi piegas. Ao contrário, a maneira como a torcida festejou o gol marcado deve também sinalizar ao craque que ele não é visto como curinga, por nenhum torcedor do país. A crítica faz parte da carreira de qualquer pessoa pública.

Difícil não é fazer 78 gols, um a mais do que Pelé em partidas oficiais. Difícil é fazer um gol, como Pelé. Num plágio de Carlos Drummond de Andrade, que disse isso após o milésimo do Rei, Neymar só não conseguiu fazer o gol de Pelé, que ensaiou ao driblar toda a defesa boliviana e parar nas mãos do goleiro Viscarra, que já lhe tinha tirado um de pênalti, no início da partida.

Neymar ainda marcou o quinto, mas foi o gol do recorde que ofuscou um pouco Fernando Diniz.

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Sua estreia mostrou boa atuação e nada de radicalidades no estilo. Por enfrentar uma defesa formada por cinco jogadores, seu time foi mais posicional do que de costume, com Raphinha aberto pela direita, Rodrygo à esquerda, Richarlison, Neymar e Renan Lodi da meia direita à esquerda, com Danilo, Bruno Guimarães e Casemiro à frente dos dois zagueiros.

Muitas vezes, o capitão Casemiro voltou para fazer a saída com Marquinhos e Gabriel Magalhães, mas não era necessário esse trabalho todas as vezes, porque Marcelo Moreno era o atacante boliviano isolado, o que permitia transformar o sistema em 2-3-5.

As costuras curtas, congestinando um só lado do campo, apareceram aos 24 minutos, numa troca de passes pela direita, concluída com chute de Neymar por cima da trave.

Neymar foi protagonista pelo recorde, pelo soco no ar, pela alegria e solidariedade de seus colegas.

Não foi o melhor em campo.

Rodrygo, pelos gols, e Bruno Guimarães, pelos passes, foram os destaques individuais.

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Teste mais forte será em Lima, na terça-feira.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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