Palmeiras já teve vários heróis improváveis como Breno Lopes
O desabafo de Breno Lopes é legítimo.
Porque, por mais que a torcida do Palmeiras tenha melhorado, seja mais solidária e existam menos turmas do amendoim no Allianz Parque, os raros apupos e assobios das arquibancadas acontecem em erros seus.
E Breno é tão importante a ponto de haver camisetas vendidas com o desenho de seu cabeceio contra o Santos com a inscrição 98'+28", assim como o Real Madrid tem Sérgio Ramos 90+4, referência à final da Champions em Lisboa, 2014.
Não é preciso esforço para se lembrar do 98'+28" no Maracanã, 30 de janeiro de 2021, contra o Santos. 98 mi utos e 28 segundos!
Há outros heróis improváveis na história palmeirense, como Breno Lopes. Maurílio nos 3x2 sobre o São Paulo, no dia da morte de Ayrton Senna, entrou no lugar do lateral Cláudio, ouviu o Morumbi inteiro chamar Vanderlei Luxemburgo de burro e calar-se em seu primeiro chute, para gritar gol!
Betinho, de cabeça, ao marcar, contra o Coritiba e garantir o título da Copa do Brasil de 2012, meio de orelha, meio pescoço. Substituto de Barcos, com apendicite, entrou a contragosto de toda a torcida. Só Felipão acreditava.
Toda vez que Maurílio estava em campo, a cada grito da torcida com a rima "que bom será, se ele voltar para o Paraná", o velho Maestro Mario Albanese, na tribuna do Parque Antarcitca, levantava sua voz para dizer:
"Lembrem-se do Lula!"
Em 1947, Lula era um ponta direita rejeitado pela torcida, surpreendentemente escalado por Osvaldo Brandão num clássico contra o São Paulo. Tinha um único trunfo: suas bombas em cobranças de faltas.
Em 17 de agosto de 1947, Lula marcou três dos quatro gols do Palmeiras num dramático 4x3 sobre o São Paulo, um dos passos fundamentais para ultrapassar o Tricolor e conquistar o primeiro troféu de Osvaldo Brandão como treinador.
Lula, Maurílio, Betinho e Breno Lopes são da mesma estirpe.
A diferença é que que Breno deu o gol que valeu uma Libertadores, no Maracanã, aquela que o Palmeiras já conquistou.
O marcado da vitória contra o Goiás também pode ser lembrado daqui a alguns anos, se houver a improvável virada contra o Botafogo.
Opinião
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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