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OpiniãoEsporte

Escândalo na Itália reforça necessidade de fiscalização a sites de apostas

Os meio-campistas Tonali e Zaniolo foram retiradas da concentração da seleção italiana, antes do jogo contra Malta, pelas eliminatórias da Eurocopa. Luciano Spaletti escalou os dois, um em cada uma de suas duas primeiras partidas como treinador da Itália, em setembro.

O afastamento contra Malta aconteceu para que prestassem depoimentos sobre participação em apostas. Os escândalos não são no Brasil. São no mundo todo.

Alguém dirá que os casos são comuns para a Itália. O escândalo da loteria esportiva, o Tottonero em 1980, suspendeu Paolo Rossi por dois anos, antes de ser campeão mundial na Espanha e tornar-se carrasco do timaço de Telê Santana.

Buffon foi acusado no Calciopoli, anistiado depois de ser campeão mundial na Alemanha, 2006. Dizia-se que apostava em partidas das quais participava.

É o caso também de Lucas Paquetá, do West Ham. Faz falta à seleção de Fernando Diniz, que enfrentará o Uruguai, na terça-feira, em Montevidéu. O que fazer se há acusações de ter levado cartão amarelo de propósito, para auxiliar parentes que apostavam que seria advertido?

Ética não se compra em farmácia. Na Inglaterra, é explícita a proibição aos jogadores apostarem, façam parte ou não das partidas. Seus parentes podem participar, mas e se descobrir que seu pai, primo ou irmão levou uma bolada porque você fez um gol contra?

Todos os escândalos da história do esporte estão ligados ao doping ou às apostas. A Máfia da Loteria Esportiva foi o início da derrocada dos cartões conferidos a cada domingo com a zebrinha do Fantástico, na Rede Globo. Nunca mais foi a mesma coisa a velha Loteca, até que os apostadores começaram a ter o controle na palma da mão, via celular.

Todos os programas de TV e até apresentadores e comentaristas, individualmente, propagam o direito a fazer uma fezinha. Tem propaganda com bola de cristal e tudo, dizendo que nunca erra. No meio disso, o Ministério do Esporte saiu das mãos preparadas de Ana Moser, substituída por André Fufuca, em meio a uma árdua disputa para saber se a pasta da Fazenda, ou de Fufuca, ficaria com a Secretaria das Apostas. A CBF pressiona para que a manipulação de resultados fique com Fufuca, o que fará nascer a pasta da Jogatina. Pode apostar!

O largo estudo feito pela equipe de Fernando Haddad seguirá para regulamentar, criar os mecanismos para os sites serem legais, terem de avisar os volumes incomuns de apostas e tentar prevenir o vício.

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Qualquer decisão diferente fará do Ministério do Esporte o equivalente a Ministério da Jogatina, com espertalhões tentando incluir os cassinos online na regulamentação dos sites.

Regulamentar os bets é um mal necessário. Antes legalizados e sem regras durante todo o governo Bolsonaro, não pagavam impostos nem precisavam alertar para volumes incomuns em cartões amarelos, vermelhos, gols contra a própria rede, número de escanteios ou zebras.

Mesmo com todo o cuidado, o risco existirá de alguém forçar um resultado e apostar para levantar um dinheiro fácil - e sujo. Não é uma particularidade do futebol. Aposta-se em tudo. Tênis, Fórmula 1, Basquete da NBA, corridas de cavalos.

É por isso que exige tanto cuidado e árduo trabalho da equipe da Fazenda, comandado por José Francisco Manssur.

Zaniolo e Tonali ganham fortunas para jogarem no Aston Villa e Newcastle, respectivamente. Não se trata só de grana. É vício!

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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