Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

A final da Libertadores não pode ser o símbolo da falência do continente

Os jornais argentinos tratam da violência no Rio.

Em vez da paisagem da orla mais bonita do planeta, a manchete: "Corridas e balas no Rio: a Polícia reprimiu e depois caçou a torcida do Boca em Copacabana."

O que provoca uma bizarra reunião convocada por dirigentes da Confederação Sul-Americana (Conmebol) com Fluminense, Boca Juniors e CBF.

Não é a primeira vez e o Rio de Janeiro não é a única capital sul-americana a expor a falência do continente.

Há cinco anos, a última decisão do Boca Juniors, foi transferida do Monumental de Nuñez para Madri, por causa da violência.

Cogitar tirar o público do Maracanã significa assumir a incompetência para realizar a decisão e imprudência, porque transformaria a cidade numa praça de guerra.

Há todas as incoerências possívels nesta semana. Por exemplo, o prefeito Eduardo Paes atende ao pedido da Polícia Militar, anuncia que não haverá venda de bebidas alcoólicas nos arredores do Maracanã, embora se possa beber livremente a 700 metros de distância dos portões, na praça Varnhagem, na Tijuca.

Ao mesmo tempo em que anuncia medidas preventivas, não se colocam policiais no lugar onde todo mundo sabia que haveria encontros de torcedores e violência: a praia de Copacabana.

As torcidas argentinas se concentram num quiosque chamado Buenos Aires. Todo mundo sabe.

Continua após a publicidade

Isso não dá para prevenir?

Não é culpa da torcida do Boca Juniors. O Brasil sempre foi um país anfitrião, o Rio de Janeiro mais ainda.

A falha é de quem organiza, da Fan Fest ao jogo.

Ainda que se saiba que o Rio de Janeiro tem um juiz capaz de dizer que não haver futebol em São Januário, por causa da Barreira do Vasco, mas médicos são mortos na guerra tráfico-milícia na praia da Barra da Tijuca, não é possível expor a falência da América do Sul e de seu futebol desta maneira.

Primeirio em Buenos Aires, 2018.

Agora no Rio de Janeiro, 2023.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes