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OpiniãoEsporte

Liga dos Campeões e a crueldade de perceber que a guerra caiu na rotina

O Shakhtar Donetsk joga contra o Barcelona às 14h45, pela quarta rodada da Champions League.

Em Hamburgo, na Alemanha!

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, o Shakhtar virou ainda mais nômade do que já era.

Lembre-se de que, desde 2014, com a disputa pela região de Donetsk, o time da cidade joga fora de casa.

Jogava em Liyv, território ucraniano, até a explosão da guerra em 24 de fevereiro de 2022.

Na temporada passada, jogou em Varsóvia, na Polônia.

Agora, em Hamburgo, na Alemanha.

Há um livro estupendo chamado "Futebol & Guerra", do escritor escocês Andy Dougan.

Conta a trágica história do time da fábrica de pão, o FC Start, que ousou vencer a Luftwaffe, a Força Aérea nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.

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O FC Start era o que restava do Dinamo de Kiev, jogadores prisioneiros de guerra.

Mais de 80 anos depois do FC Start fazer do futebol uma arma de paz na Ucrânia invadida, hoje o Shakhtar tem de sair de sua terra, para jogar, na Alemanha.

Trágica ironia do destino.

O Shakhtar enfrenta o Barcelona em Hamburgo, no Volksparkstadion, em alemão, o Estádio do Parque do Povo.

O Barça pode alcançar a quarta vitória em quatro rodadas e a bola, arma da paz, faz a guerra cair na rotina.

Só para quem está distante da trincheira.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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