Quanto vale quebrar um tabu? Julio Casares lembra Juvenal ao aumentar bicho
A confirmação dada pelo presidente do São Paulo, Julio Casares, de que aumentou o prêmio pela primeira vitória sobre o Corinthians na Neo Química Arena, faz lembrar os tempos de Juvenal Juvêncio. Quanto vale ganhar um clássico e quebrar um tabu, como aconteceu na terça-feira, em Itaquera? Casares respondeu: "Não tem uma importância brutal, mas é um marco na história. Dez anos que não conseguimos aqui ganhar."
O São Paulo não dá bicho por vitória em jogos do Campeonato Paulista. No clássico, com trabalho árduo do departamento de futebol com o financeiro, conseguiu-se o equivalente a aproximadamente 15% de uma renda de um jogo no Morumbi no estadual. Uma conta rápida indica R$ 350 mil para todo o grupo de jogadores.
Não é muito para a vida de um atleta profissional de futebol no Brasil. E, claramente, não foi por isso que o São Paulo venceu. Mas é um ingrediente a mais.
A decisão da diretoria do São Paulo fez lembrar Juvenal Juvêncio. Na década de 2000, quando o São Paulo era tricampeão brasileiro e o Palmeiras estava em mau momento, conta-se que jogadores tricolores telefonavam para colegas palmeirenses e perguntavam: "Quanto vocês têm para ganhar da gente?" Os diálogos invariavelmente terminavam com a informação de que Juvenal pagava 10 vezes mais.
Na final do Campeonato Brasileiro de 1986, quando Juvenal Juvêncio era diretor de futebol, é famosa a cena de entrar no gramado com envelopes de dinheiro para vencer o Guarani. No período do título mundial de 2005 e do tricampeonato brasileiro, Juvenal também costumava entrar no vestiário com envelopes com cédulas para distribuir depois de vitórias importantes. Por exemplo, os 3 x 0 sobre o Internacional que levaram à liderança do Brasileirão de 2008, depois de ficar onze pontos atrás do Grêmio, na vigésima rodada.
Jogador não tem de vencer jogos por causa do bicho. Mas a prática é antiga no futebol do Brasil.
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