Flamengo tem arquibancada com justificável impaciência e apoio a Gabigol
Pouco antes do início do segundo tempo, impaciente pelo mau desempenho da primeira etapa, um mísero chute de Pedro no alvo, a arquibancada do Maracanã soltou o grito: "Não é mole, não! Para jogar no Mengo, tem de ter disposição!" Olha que Mengo não é uma palavra que defina tão bem o carioca rubro-negro, exceto quando gritada em coro: "Meeeeengoo!" De resto, é muito mais Mengão! Só que o Flamengo do início da temporada não anda merecendo o aumentativo.
Pedro saiu de campo apenas aos 33 do segundo tempo, para a entrada de Gagibol. Sinal de que Tite segue julgando que o camisa 9 é o centroavante e Gabi, um ponta de lança. O Maracanã não faz esta distinção, pela posição ou função. Gabigol é simplesmente ídolo.
Todo mundo sabe que não está jogando bem há tempos, que só fez um gol com bola rolando nos últimos seis meses, perdeu pênalti no último instante contra o Vasco, mas é um caso de amor bem resolvido. Quem veste o manto sagrado trata Gabriel como o maior ídolo rubro-negro no século 21. Na quarta-feira, reconheceu o esforço.
Arquibancada não é rede social. Tanto que o apito final transformou o Maracanã em Carnaval, com o canto de "Mamãe eu quero", referência ao chororô, ao Botafogo. Não, ninguém está feliz com o desempenho. Há uma justificável impaciência, não pelo discurso de Tite, que fala em merecer uma vitória sem jogar bem. Muito pelo início de temporada irregular, depois de passar uma temporada inteira sem títulos — desde 2018 não acontecia — e do risco de ser tri vice contra o Fluminense, como o Vasco foi entre 1999 e 2001, como o Botafogo, de 2007 a 2008.
Nem Tite está feliz: "Não dá para perder quatro de 12 jogos. Estou falando só sobre o meu trabalho." Neste ano, está invicto.
O Flamengo de 2024 é refém do insucesso de 2023.
A arquibancada é muito mais real do que as redes sociais. Não tem histeria. Mas demonstra justificável impaciência.
Deixe seu comentário