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OpiniãoEsporte

Dois é pouco, sete era muito... Nove estrangeiros por time é tiro no pé

O primeiro time do mundo a jogar com onze estrangeiros foi o Chelsea. Em 26 de dezembro de 1999, o técnico italiano Gianluca Vialli escalou o goleiro holandês De Goey, o lateral-direito espanhol Ferrer, os zagueiros Emerson Thomé (Brasil) e Desailly (França), o lateral-esquerdo Babayaro (Nigéria), os meio-campistas Petrescu (Romênia), Deschamps (França), Poyet (Uruguai), Di Matteo e Ambrosetti (Itália), o centroavante Tore Andre Flo (Noruega).

Onze anos depois, em 2010, a Internazionale, dirigida pelo português José Mourinho, tornou-se a primeira e única campeã da Champions League com onze estrangeiros : Júlio César, Maicon, Lúcio (Brasil), Samuel (Argentina) e Chivu (Romênia) ; Zanetti e Cambiasso (Argentina); Eto'o (Camarões), Sneijder (Holanda) e Pandev (Macedônia); Diego Milito (Argentina).

Se a Europa pode ter onze estrangeiros, por que não no Brasil?

Primeiro porque lá todos os que têm passaporte da Comunidade Europeia são considerados europeus, portanto não são estrangeiros e, por isso, aptos a trabalhar em qualquer país, sem fronteiras, de acordo com a legislação para qualquer profissão.

Segundo porque, na Europa, contratam-se os melhores do mundo, montam-se seleções planetárias, e aqui só se pode trazer os jogadores que não servem para os europeus.

O Brasil exporta seus melhores e contrata muitos que chegam e vão rapidamente. Vende Vinícius Junior e traz Matias Rojas.

Neste caso, paga-se R$ 1 milhão por mês por um contrato de 60 meses que, além de não ser cumprido até o final, diminui a chance de revelar um jovem que, mais tarde, poderá ser jogador do Brasil em Copa do Mundo.

É muito bom ter aqui De Arrascaeta, De la Cruz, Gustavo Gomez, Calleri, o que vale dizer que cinco estrangeiros por clube ainda permitiria ter boas contratações e manter espaço para jovens brasileiros.

Mas nove por clube é um abuso!

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Em outras palavras, para cada partida que Matias Rojas não resolveu, mais uma que Guilherme Biro esperou no banco sem se desenvolver.

Os jogadores brasileiros se formam cada dia mais no futebol globalizado, nas canteras do Real Madrid, e o jogo aqui fica cada dia menos brasileiro.

Com o agravante de que, a médio prazo, poderá haver menos talentos para escalar e também para vender. E que a seleção pode ter menos opções brilhantes, porque o Brasil vai descobrir menos craques.

O barato pode ficar muito caro e em muito pouco tempo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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