Reunião entre São Paulo e Palmeiras teve pedido para olhar para a frente
O presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, não conseguiu costurar a paz entre Leila Pereira e Julio Casares, mas trabalhou como uma espécie de diplomata, um ministro das Relações Exteriores.
Ou das relações intestinas.
Dentro do Palmeiras, entende-se que Julio Casares admitiu seus erros de modo privado, mas não pretendia pedir desculpas de maneira pública, como Leila Pereira gostaria.
Desculpas pelo quê?
Na interpretação palmeirense, por não se comportar como anfitrião.
Hino do São Paulo com volume máximo na porta do vestiário visitante. Faixas de torcida colocadas no placar eletrônico, que deveria ser um espaço institucional. Ambiente hostil desde a entrada do ônibus no estádio. Gritos sobre erros de arbitragem sem lembrar de equívocos do passado, como na Copa do Brasil de 2022, quando houve pênalti marcado a favor do São Paulo, sem checagem de impedimento de Calleri, pela arbitragem de vídeo.
Por fim, pelos gritos carregados de preconceito do diretor de futebol Carlos Belmonte em direção à arbitragem, citando o técnico Abel Ferreira com a frase "português de merda".
O São Paulo também tem suas reclamações, como não ter um camarote na parte central do Allianz Parque e ter de assistir aos jogos atrás do gol, quando o Palmeiras é anfitrião. Também lamenta não ter havido pedido de desculpas, quando o volante Danilo citou o apelido de bambi, depois da final do Paulista de 2022.
Justo pensar que o episódio de Danilo merecia um pedido formal de desculpas. Mas vale a ponderação de que um jogador de 21 anos não representa o Palmeiras do ponto de vista institucional, diferentemente de um diretor de futebol.
O pedido do presidente da Federação Paulista, Reinaldo Carneiro Bastos, foi para olhar para a frente. Não repetir exageros, oferecer condições dignas aos visitantes, tanto jogadores e comissão técnica, quanto árbitros e jornalistas, não extrapolar em reclamações de arbitragem, mesmo que pontualmente se reclame e analise eventuais prejuízos. Sem gritos, em tom de estadista.
Em síntese, que dirigentes evitem se apresentar como canais da intolerância.
Palmeiras e São Paulo podem ter até dez confrontos neste ano. Os dois que já aconteceram, pela Supercopa e Campeonato Paulista. Mais dois em uma eventual final estadual, duas de Brasileirão, duas hipotéticas em Copa do Brasil e outras duas pela Libertadores.
O pedido da Federação é para que os novos encontros não sirvam como canais de difusão da guerra.
Não vale tudo.
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