Caetano e Bethânia indicam que tirar grama sintética exigirá campo retrátil
Caetano Veloso e Maria Bethânia serão mais do que um show.
A agenda divulgada ontem é um sonho!
Já imaginou ver os irmãos baianos em Salvador, juntos.
Será na Fonte Nova, em 30 de novembro, oito dias antes do final do Brasileiro.
No dia 8, Bahia x Atlético Goianiense poderão decidir título, vaga na Libertadores ou descenso.
Na atual divisão em categorias dos gramados brasileiros, entre naturais, sintéticos e esburacados, a Fonte Nova está mais para a terceira classe.
Não é só a Fonte Nova e, evidentemente, não é só Caetano e Bethânia.
A agenda de shows em estádios cresceu no mundo inteiro, estádio Nacional de Santiago, Monumental, em Buenos Aires, Ettihad em Manchester teve show do Coldplay em 1 de junho do ano passado, três dias após o último jogo do Manchester City pela Premier League.
A agenda divulgada da magnífica turnê de Caetano Veloso e Maria Bethânia serve apenas como exemplo da necessidade de adaptação dos estádios a esta realidade. Não se trata de não proibir gramados sintéticos, mas de entender como cuidar de gramados naturais, de modo a não colocá-los na categoria de esburacados, como hoje são Maracanã, Castelão, Arena do Grêmio, Fonte Nova, Arena MRV e, em menor escala, neste ano, o Mineirão.
Entre 3 de agosto, na Rio Arena, Barra da Tijuca, até 14 de dezembro, no Allianz Parque, Caetano e Bethânia farão oito espetáculos em sete capitais, nas quais utilizarão as estruturas de sete estádios: Mineirão, Arena do Grêmio, Mané Garrincha, Fonte Nova e Allianz.
O Palmeiras conhece a pressão pela mudança dos gramados e o retorno dos naturais. É óbvio que a melhor solução sempre será ter campos naturais. A questão é o prazo para isso e a possibilidade de ter bons campos de jogo, convivendo com espetáculos musicais. No Parque Antarctica, já se pensa em uma solução tecnológica, para o dia em que se necessite abandonar o sintético. Por exemplo, reproduzir o que se faz em Gelsenkirchen ou Santiago Bernabéu. Se o palco tem de subir, o gramado pode sair.
É uma solução que exigirá investimento e tecnologia. E que pode ser necessária a todos os estádios com shows. Além dos citados na turnê de Caetano Veloso e Maria Bethânia, Maracanã, Nílton Santos, Arena da Baixada, Morumbi e Neo Química Arena receberam shows no ano passado. Ivete Sangalo no gramado utilizado por Flamengo e Fluminense, Taylor Swift no campo do Botafogo, Skank no Mineirão...
Caetano Veloso e Maria Bethânia, eu vou!
A médio prazo, todos os estádios que abrigarem shows precisarão ser Santiago Bernabéu. Se o palco entra, o gramado sai para tomar sol.
Os campos sintéticos podem ser substituídos a médio prazo. Os esburacados têm de sair de cena também. É urgente!
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