O choro revelador de Vinicius Junior
Vinicius Junior chorou durante sua entrevista coletiva, ao dizer: "Que pessoas negras possam ter vida normal, como todas as outras, eu luto por isso, porque por mim já teria desistido. Se eu ficar em casa, ninguém me xinga, não acontece nada comigo... Eu vou para os jogos e tento fazer o melhor e nem sempre é possível. Preciso me concentrar muito..."
E chorou.
É por isso que Vinicius fala.
E, mais cruel, por isso é perseguido. Vinicius também disse que quanto mais denuncia, mais crescem as injúrias: "A cada denúncia minha vem aumentando."
É muito cruel essa percepção, absolutamente verdadeira, de que quanto mais se manifesta, mais é vítima de racismo. Onze dos 29 jogadores escalados nesta temporada pelo Real Madrid são negros: Tchouaméni, Rodrygo, Alaba, Militão, Bellingham, Camavinga, Mendy, Alvaro Rodriguez, Vinicius Tobias, Rudiger e Vinicius Júnior.
Vinicius e Rudiger foram vítimas de racismo. Vinicius Júnior em escala muito maior. E por quê? Porque ele fala. Porque põe o dedo na ferida.
E tem de pôr mesmo.
O que os racistas da Espanha esperam? Que os jogadores se comportem como craques de estimação, que entram em campo, dão alegria, marcam gols e voltam para seus lugares confortáveis, que os dirigentes brancos lhes oferecem?
É óbvio que não! Vinicius não tem de jogar calado como se fosse um craque amestrado.
É um homem que pensa, ouve, fala, expressa-se.
E brilha.
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