Ineditismo de caso Gabigol exige reflexão de todos os lados
Gabigol jura não ter fraudado o exame antidoping, porque não compreende a importância do trabalho dos agentes antidopagem. Porque não compreende que, no passado, jogadores importantes admitiam fraudar propositadamente. Mário Sérgio, extraordinário jogador e, mais tarde, brilhante comentarista, admitia as fraudes.
Nos tempos românticos, em que geladeiras com cerveja inundavam os exames para facilitar a coleta, o craque campeão brasileiro pelo Internacional levava frascos de urina alheia escondidos no calção. Como a rotina dos médicos não exigia olhar diretamente para a urina caindo do corpo do atleta, despejava-se o líquido do frasco, não da uretra.
A fraude de Gabigol é inédita, não tem refinamento, não é criminosa, mas driblar o exame é grave e a rotina deve ser seguida à risca por causa dos casos do passado.
Há fraude do procedimento.
Os exames antidoping protegem o craque, ou seja, servem para garantir que Gabigol jogará contra rivais limpos, sem nenhum aditivo. Gabriel aborreceu-se sabe lá por que razão e criou um problema para si próprio e para o Flamengo.
A três meses de ficar livre para um pré-contrato, tanto Gabriel quanto o Flamengo terão de lidar com absoluta tranquilidade. Os dois lados podem ter razão para rupturas. O Flamengo pela falta de profissionalismo de Gabigol, cuja falta de respeito pelo trabalho dos profissionais antidoping causará desfalque para o clube. Gabriel, se o clube cogitar a suspensão do contrato.
Com o perdão do trocadilho, a decisão seria legal, mas não é legal... Legalmente correta, nada generosa.
Gabigol terá 28 anos ao final da suspensão, se mantida. Suficiente para se compreender que poderá oferecer seu talento ao Flamengo por muitos anos ainda.
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