Landim erra informação sobre Allianz Parque ao defender SAF de estádio
O Flamengo faz corretamente sua lição de casa, ao estudar o caso do Bayern para a construção do Allianz Arena, em Munique, e tentar adaptá-lo ao Brasil.
A criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para o novo estádio rubro-negro pode ser a melhor solução, desde que aprovada pelo Conselho Deliberativo. Deste ponto de vista, o presidente Rodolfo Landim foi exato e correto em seus argumentos, em entrevista à CBN, no último domingo.
Mas cometeu um erro de informação ao se referir ao Allianz Parque. Ao explicar por que razão não julga a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) a melhor solução para o Flamengo, apoiou-se no no modelo palmeirense: "É o modelo do estádio do Palmeiras e nós estamos vendo o que está acontecendo lá."
Não é.
Palmeiras e W. Torre nunca constituíram uma Sociedade de Propósito Específico, empresa com objetivo determinado, no caso para construir um estádio. Diferentemente do que foi afirmado, o contrato entre Palmeiras e W. Torre foi de Direito de Superfície, para construir e usar comercialmente.
Landim também se equivoca no conceito, ao afirmar que, no dia seguinte à inauguração, o parceiro se tornará seu inimigo, porque haverá interesses conflitantes.
Ao contrário, interessa à W. Torre que o Palmeiras jogue o maior número possível de partidas no Allianz Parque, porque ela detém 10 mil cadeiras e as vende para torcedores palmeirenses. Os dois meses de ausência do estádio produziram protestos de seus clientes, que compraram assentos para assistirem às partidas, que não aconteceram lá pelo problema do gramado.
Que existe hoje um litígio entre Palmeiras e W. Torre, é público. Mas não é pela criação de uma SPE, que nunca houve.
O modelo faz a W. Torre ganhar com os jogos e o Palmeiras ter lucro com os espetáculos musicais. Os balanços do clube de 2022 e 2023 mostram que o clube tem R$ 45 milhões a receber apenas do uso para shows no ano passado.
De qualquer maneira, a relação pertence a Palmeiras e W. Torre e o erro fundamental foi de informação. Nunca houve Sociedade de Propósito Específico para construção do Allianz Parque.
Se o Flamengo não quer fazer uma SPE, parece justo. Mas não pode ser com base no que acontece no clube co irmão.
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