Derrota do Grêmio evidencia necessidade de mudança no calendário
O calendário brasileiro ri dos finalistas de estaduais representantes do país na Libertadores.
Escolha de Sofia.
Estrear com reservas e correr o risco de perder na América do Sul? Ou desgastar o time e gerar uma crise com eventual derrota no estadual? É óbvio que a prioridade da temporada é a Libertadores, mas a pressão de uma derrota para um rival ou, pior, para um pequeno, amplia a dificuldade da decisão.
Foi o caso do Palmeiras, derrotado em La Paz na primeira rodada da Libertadores de 2023, disputada contra o Bolívar entre as duas partidas contra o Água Santa, final do Paulista.
Repetiu-se com o Grêmio.
Criticado pela derrota para o Strongest, em La Paz, Renato respondeu que é dele a responsabilidade de pensar, decidir. Fato.
Hoje é a vez de Abel Ferreira, que só terá quatro titulares contra o San Lorenzo.
A escolha não foi absurda. Nas últimas nove visitas de representantes do Brasil ao Strongest, no estádio Hernando Siles, foram sete vitórias bolivianas e dois empates. O retrospecto é da Libertadores, o time preto e amarelo não perde para brasileiros desde 2013, quando caiu para o Atlético Mineiro — em 2022, foi derrotado pelo Ceará, na Copa Sul-Americana.
O Strongest venceu equipes reservas, como a do Fluminense, no ano passado, titulares poupados para enfrentar o Corinthians, três dias depois. Também de titulares, como nos 5 x 0 sobre o Athletico Paranaense, que representaram a demissão de Fábio Carille, há dois anos.
Os estaduais precisam terminar antes do início da fase de grupos. Aconteceria se houvesse uma data a menos para as federações ou se não houvesse data Fifa em março. O calendário regional está condicionado ao internacional.
Mesmo assim, é urgente resolver. O Brasil oferece uma maratona com barreiras a seus representantes. Não pode mais ser assim. A prioridade é a Libertadores. A pressão por perder o estadual é inegável. Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.
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