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Palmeiras teve jogos de 2022 investigados e MP-GO não vê mancha em título

A Operação Penalidade Máxima segue em andamento e provavelmente exibirá mais casos de corrupção ligados às apostas esportivas ainda neste ano de 2023. Não há indícios no trabalho de árbitros envolvidos, porque a quadrilha é especializada em comprar comportamento de atletas. Também não há sinal de comprometimento dos resultados de campeonatos, nem de Série A nem de Série B.

A Operação conduzida pelo Ministério Público de Goiás é a mais bem-sucedida da história do país. Mais do que da Máfia do Apito, que levou ao afastamento do árbitro Edílson Pereira de Carvalho, porque aquele foi um caso de apenas dois árbitros e nenhum deles foi preso. O MP-GO identificou compras de resultados de oito partidas da Série A de 2022, dois deles do Palmeiras.

Vitória por 2 x 1 sobre o Juventude, no Allianz Parque, e empate por 1 x 1 com o Cuiabá, na Arena Pantanal.

Em absoluto silêncio, sem nenhum alarde, o MP-GO puniu 17 jogadores e nove criminosos que comandavam o esquema de comprar o comportamento de atletas. Eduardo Bauermann, do Santos, Alef Manga, do Coritiba, Gabriel Tota, do Juventude, são os casos mais famosos.

Assim como o Operação Penalidade Máxima, todos os grandes escândalos do futebol foram investigados em sigilo. John Textor age diferente. É como se avisasse que vai ao Centro de Treinamento da Barra Funda, para provar que cinco profissionais do São Paulo foram corrompidos.

O sigilo foi a arma da investigação do Tottonero (1980) e Calciopoli (2006), na Itália, as tentativas de comprar jogadores pelo presidente do Olympique de Marselha, Bernard Tapie, na França, a Máfia da Loteria Esportiva, matéria pautada por Juca Kfouri e apurada pela dupla Sérgio Martins e Ronaldo Kotscho, da revista Placar (1982). Também foi em silêncio toda a investigação do Ministério Público até a revista Veja publicara reportagem de André Rizek com o caso Edílson Pereira de Carvalho (2005).

Como afirma o senador Jorge Kajuru, não se deve matar o mensageiro, porque a mensagem não chegará. Neste caso, não dá para dizer que John Textor não diz a verdade. Mas é possível afirmar que sua estratégia não é apropriada na opinião de dez entre dez investigadores. Todas as apurações bem-sucedidas são sigilosas.

Sabe-se que todos os escândalos do esporte estão ligados às apostas, ou ao doping. Para um empresário tão próspero, o melhor também seria não estampar uma bet na camiseta do Botafogo. A Pari Match foi fundada na Ucrânia e teve sede no Chipre até o final do ano passado.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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