Domingo é dia de gritar campeão e isso sempre vale muito
O Grêmio conquistou o heptacampeonato gaúcho diante de 54.128 torcedores, o terceiro maior público da Arena. O recorde é da final da Copa do Brasil de 2016 e a decisão da Libertadores 2017 vem em segundo lugar. Noção de que há hierarquia nas competições, mas que ganhar o sétimo estadual consecutivo foi muito importante para a torcida.
Hoje, haverá mais de 50 mil rubro-negros no Maracanã e cruzeirenses no Mineirão, perto de 40 mil no Allianz Parque. Ontem, recorde de público da Arena Pernambuco, com 45.500, para Sport 0 x 0 Náutico.
Há dois clichês que uma parte da opinião pública, torcida e imprensa, repete como papagaios: 1. estadual não vale nada; 2. estadual não é parâmetro. Está claro que Brasileirão e Libertadores são preferência nacional, a Copa do Brasil vem abaixo. Nos casos de Paulista, Carioca, Gaúcho, Mineiro, Pernambucano, Paranaense, Cearense e Baiano, se não valem nada, cada clube vale muito.
Sempre que o Flamengo entrar em campo vai valer muito. Pode ser contra o Nova Iguaçu. Isso vale para o Palmeiras, Corinthians, Ceará, Fortaleza, Atlético, Cruzeiro...
O segundo chavão revela uma dificuldade de investigar os fatos de maneira correta. Nos primeiros dez anos por pontos corridos, apenas três campeões estaduais venceram o Brasileirão. Ainda que São Paulo e Santos tenham vencido a Libertadores no mesmo ano do Paulista, justificava-se a frase de efeito: estadual não era parâmetro.
Dos últimos dez campeões, sete venceram seus regionais antes: Cruzeiro (2014), Corinthians (2017), Flamengo (2019 e 2020), Atlético (2021), Palmeiras (2022 e 2023). O Flamengo ganhou a Libertadores de 2019, o Palmeiras de 2020, o Fluminense de 2023, anos em que também venceram seus estaduais.
É possível ir bem no estadual e mal no Brasileiro ou o inverso. Também é possível ir bem em tudo e ganhar no início do ano ser apenas o primeiro passo para uma temporada de absoluta confiança. Não olhar para o passado recente e repetir, como papagaio, o clichê criado há vinte anos é cegueira. Na mesa de bar, pode. Em debate sério, revela displicência de quem valoriza mais sua própria opinião do que os fatos.
Há hierarquia das competições, Libertadores, Brasileiro e Copa do Brasil estão acima. Mas, se não valesse nada, os estádios não estariam cheios. O fato sempre tem de se sobrepor à própria opinião.
Gritar campeão sempre vai ser especial. Este final de semana, isto vai acontecer com crianças e adultos, de norte a sul do país.
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