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PVC de domingo - Sucesso e o trabalho dos técnicos de Palmeiras e Flamengo

O clássico Palmeiras x Flamengo é a grande atração deste domingo (21) para quem gosta de futebol no Brasil. Mais do que Real Madrid x Barcelona, porque todo mundo sabe que o time de Vinicius Júnior será campeão espanhol.

Por aqui, ainda não.

O Internacional parece o grande rival dos dois papões recentes nesta briga pelo título do Brasileirão, mas Eduardo Coudet foi contestado pelos colorados pelos quatro empates seguidos, apesar de 16 partidas de invencibilidade.

Ninguém ousa desafiar a competência de Abel Ferreira, nem Tite, um português, outro brasileiro, ambos quase incontestáveis, exceto pelo fato de que treinadores são sempre bestas, quando não conseguem ser bestiais.

Tite impressiona mais ainda, numa semana em que o São Paulo troca de técnico e tem como pré-requisito que o novo comandante tenha passaporte de um país diferente do Brasil. Luis Zubeldía é bom, Thiago Carpini, ruim. É definitivo e ai de quem pensar que o tempo pode oferecer um diagnóstico diferente.

Abel e Tite são bons! Mas e se caíssem, por uma dessas desgraças da vida, num clube menos organizado. Pense em Muricy Ramalho, campeão brasileiro de 2006/2007/2008 pelo São Paulo, 2010 pelo Fluminense, saltou 2009, no Palmeiras. Naquele tempo, organização era sinônimo de tricolor.

A ordem se inverteu.

Hoje, Palmeiras e Flamengo alimentam a competência de seus técnicos. Dão todas as condições de o trabalho ser bom e, se o trabalhador é brilhante, vai brilhar.

Daí o pecado de se atrever a dizer que o pré-requisito é ser gaúcho, ou português, ou baiano, ou pernambucano, ou paulista, ou alemão... Zubeldía é argentino e que seja bem-vindo e feliz no nosso futebol que evolui com passos de formiga e sem vontade.

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As redes sociais gritaram o nome do treinador campeão da Copa Sul-Americana. Eliminou o São Paulo nos pênaltis, ganhou do Fortaleza nos pênaltis, o Campeonato Equatoriano nos pênaltis. Carpini venceu a Supercopa nos pênaltis.

Está 3 x 1 para Zubeldía, tá ok?

O argentino pode ser um sucesso como Abel ou Tite, ou um fracasso como Carpini, o quarto técnico com menos jogos no São Paulo no século. Diego Aguirre, Juan Carlos Osorio, Edgardo Bauza e Hernán Crespo tiveram mais êxito, só Crespo com título.

Em outros clubes, a lista de fracassos é maior.

Ariel Holan, Jesualdo Ferreira, Fabián Bustos, Diego Aguirre, no Santos; Domenec Torrent, Paulo Sousa, Vítor Pereira, Sampaoli no Flamengo; Rafael Dudamel, Antonio Mohammed no Atlético; Nico Larcamón, Paulo Bento no Cruzeiro; Bruno Lage no Botafogo; Alexander Medina, Miguel Angel Ramírez no Inter.

Não vamos nem voltar a Reinaldo Rueda, Ricardo Gareca, Jorge

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Fossatti, todos anteriores ao sucesso de Jorge Jesus.

O Brasil teve técnicos estrangeiros em todas as décadas, desde 1910. É falta de conhecimento dizer que não havia. Dusan Draskovic treinou o Bragantino em 1993, Omar Pastoriza o Fluminense em 1985. Muitos moravam aqui, verdade. Porque o Brasil sempre abriu portas a estrangeiros, ou não haveria comentaristas nascidos fora daqui, como Tim Vickery, Juan Pablo Sorín, Dejan Petkovic.

Abel e Tite são muito bons. Extraordinários!

Hoje, têm tudo para fazer um jogo incrível, Palmeiras x Flamengo, no Allianz Parque.

Havia um comercial na década de 1980 que perguntava se Tostines era o biscoito mais vendido por ser mais fresquinho ou se era mais fresquinho porque vendia mais. Vendia mais e era mais fresquinho.

Palmeiras e Flamengo têm os melhores técnicos, porque oferecem as melhores condições O único lugar em que o sucesso vem antes do trabalho é o dicionário.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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