Zubeldía sabe onde está e este é um bom início para dar certo
Luis Zubeldía falou sobre seus princípios de jogo e sobre seu aprendizado.
"Com o tempo, entendi que o jogo tem momentos e aprendi a não ser tão vertical. Por vezes, é preciso pausa. Trabalhar a bola."
Falar sobre os princípios sem bola e com bola, o compromisso de todos os jogadores e sublinhar — TODOS — entendimento de grupo, falar sobre sua própria adaptação ao Brasil. "Uma coisa é a Libertadores, outra é o Brasileirão."
Existe um cenário no mercado de técnicos sul-americanos que ultrapassa o desejo de dirigentes brasileiros contratarem estrangeiros, meio sem saber o porquê, meio para dar resposta às redes sociais e à arquibancada. Os treinadores sul-americanos que não têm mercado na Europa, como Pocchettino e Simeone, querem trabalhar no Brasil.
O primeiro motivo é óbvio: paga bem.
O segundo é a grife. Zubeldía certamente cresceu querendo dirigir o Boca e o River.
Como nasceu em 1981 e tinha doze anos quando o São Paulo foi bi mundial, quando o mercado se abre, é claro que se lembra de Muller, Raí, Cerezo, Leonardo, Palhinha. Se Guardiola fala sobre esse time, contra o qual jogou, Zubeldía sabe o que significa o São Paulo na América do Sul. O sonho de qualquer grande profissional é trabalhar nas maiores empresas.
Zubeldía fala sobre adaptar-se, afirma que o elenco é bom. Ou seja, foge do lugar comum do Brasil, em que sempre se diz que o elenco é ruim, quando o time não ganha.
É impossível dizer se Zubeldia vai se adaptar. A novidade sempre traz confiança e as manifestações são-paulinas são de que Carpini era incompetente e Zubeldía é o novo Telê. A vida não é assim. Carpini tem competência. Para quem não se lembra, Telê fracassou em sua primeira passagem pelo São Paulo, em 1973. Virou mito dezoito anos depois.
Zubeldía demonstrou a inteligência de não comprar briga com Muricy, falar sobre conceitos de jogo, conhecimento do calendário.
O elenco do São Paulo tem limites, mas oferece condição para montar um time vencedor.
Zubeldía é uma boa escolha para o São Paulo. A pergunta é se o Brasil é uma boa decisão para Zubeldía, pela rapidez com que aqui se troca de técnico.
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