Vasco sente insegurança com 777, mas ruptura pode quebrar sistema SAF
O Vasco sabe que a liminar para retomar o controle da SAF, da 777 Partners, traz insegurança jurídica ao mercado.
Internamente, diz-se que haveria mais insegurança em permanecer dentro da sociedade. Se as acusações de fraude nos Estados Unidos avançarem, as empresas do grupo 777 podem servir como garantia e o Vasco ficaria sob risco.
É um argumento.
Mas a ruptura na Justiça traz insegurança jurídica para todo o mercado do futebol brasileiro. Todo os sistema SAF passa a ficar sob desconfiança.
O argumento de que houve brigas semelhantes entre sócios em outros setores, como a telefonia, é meia verdade. O ápice da crise societária da OI aconteceu quando o mercado da telefonia já estava sedimentado. AS SAFs não estão.
Pense num investidor do exterior olhando as situações de Vasco e Cruzeiro. Há um mês, Pedro Martins era executivo de futebol do Cruzeiro e Alexandre Mattos do Vasco. Hoje, Alexandre Mattos está no Cruzeiro e Pedro Martins no Vasco.
Neste cenário, mesmo com Pedrinho afirmando que o futebol vascaíno não voltará para o clube associativo, torna-se quase impossível conseguir um sócio no exterior. Sobram as empresas brasileiras.
Como a Crefisa.
José Roberto Lamacchia está em Nova York. A informação oficial é de que não se trata de uma visita à metrópole norte-americana por negócios com a 777. O empresário não confirma nem desmente.
Haveria absoluto conflito de interesses se o proprietário ou a presidente da Crefisa se dividissem nas gestões de Vasco e Palmeiras. Dentro do Parque Antarctica, isso teria efeito bomba em ano de eleições. A oposição ganharia argumentos.
O problema atual não é a política palmeirense. É o sistema das Sociedades Anônimas do Futebol, com chance de cair em descrédito na Europa, Ásia e Estados Unidos pela soma de informações.
O dono da SAF do Botafogo diz que o futebol brasileiro vive sob esquema de manipulação de resultados.
Ronaldo Nazário, conhecido no mundo todo, vende o Cruzeiro. Ah, sim, Silvio Berlusconi também vendeu o Milan. Aconteceu o que depois disso?
O Vasco rompe contrato unilateralmente, mesmo com a 777 Partners fazendo todos os depósitos acordados em contrato, e quatro meses antes do prazo para recuperar os 70% da empresa pagando apenas R$ 1.000, em caso de inadimplência do novo aporte.
Dentro do clube associativo, dirigentes ligados ao ex-presidente Jorge Salgado dizem que as eleições avalizaram a parceria, ao escolher Pedrinho, que defendia a manutenção, e não Leven Siano, que pregava revisões em contratos.
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Quero receberEnquanto isso, o técnico Álvaro Pacheco arruma suas malas para desembarcar no Galeão no próximo domingo.
O Vasco precisa de um caminho. O futebol brasileiro tem um, que o mundo pode julgar incerto.
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