Gabigol pede desculpas ao Flamengo. Você, rubro-negro, perdoa?
Gabigol desmarcou entrevista com o Fantástico, da Rede Globo, e preferiu conversar com o UOL.
Mais especificamente com o repórter André Hernan, do blog Mercado da Bola.
Pediu desculpas. Disse ter cometido um erro e que não repetirá.
Se ele próprio admitiu o equívoco, não há como advogar. Apenas entender se a torcida do Flamengo perdoará ou não.
Como a arquibancada do Maracanã reagirá no próximo jogo, contra o Millonarios, daqui a dez dias.
Erro à parte, vale aqui a reflexão se nosso mundo não passou do ponto da intransigência.
Gabigol nem corintiano é. Na infância, era são-paulino, depois criou relação de carne e unha com o Santos, hoje com o Flamengo.
A camisa negra do Corinthians faz parte do movimento antirracista e Gabriel é negro. Há dois anos, foi vítima de racismo num Fla-Flu e afirmou: "Orgulho da minha raça, orgulho da minha cor."
Se Gabigol posasse para uma foto, se andasse na rua com a camisa do Corinthians, Vasco, Fluminense, seria pesado. Ele estava dentro de sua casa, na intimidade de seu lar. O erro, a grosseria, é de seu convidado.
Romário disse que não houve desrespeito. Durante um tempo, Romário foi ídolo rubro-negro. Vestiu as camisas do Vasco e do Fluminense. Nesse caso pode. Bebeto saiu do Flamengo para o Vasco numa transferência polêmica. Foi acusado de traidor. Anos depois, voltou a jogar na Gávea. Aí pode... Vestir uma camiseta antirracista na sala de casa, não pode.
Não se trata de entender que Gabriel está certo. Não está. Se pediu desculpas é porque admite seu erro.
A intransigência é que parece forte demais.
Rubro-negro, você perdoa ou não perdoa?
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