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BTG quer Allianz Parque e demonstra que estádio virou colosso

A BTG comprou a dívida da W. Torre e mandou recados ao mercado de que pretende virar a gestora do estádio nos próximos meses.

Não é simples assim. Ao comprar a dívida da W. Torre com o Banco do Brasil, mas com a construtora pagando seus débitos em dia e com conversas mais harmoniosas com o Palmeiras, não basta querer. O contrato de uso de superfície dá garantias ao Palmeiras e à W. Torre e só haverá um terceiro elemento se as duas partes concordarem.

Mas o desejo explícito de o BTG assumir a gestão do Allianz Parque dá noção do sucesso do estádio.

Todo dia tem evento. Passe à frente do Allianz e, se não houver show nem jogo, vai ter um congresso, uma palestra, um campeonato de vídeo game, um summit.

Se não tiver nada, alguém estará trabalhando num espaço alugado no coworking. O Allianz dá dinheiro todo dia.

No passado, quem vive perto do Allianz sabe que o Parque Antarctica era um templo sagrado, mas só abria a cada quinze dias. Sagrado porque o primeiro jogo de campeonato oficial no Brasil, Mackenzie 2 x 1 Germânia, abertura do Paulista de 1902, aconteceu dentro do parque, mantido pela Companhia Antarctica Paulista, que ia da atual Avenida Pompeia até a atual Avenida Antarctica. Dentro dele, havia o campo de futebol.

O Palestra Itália só foi fundado em 1914 e só comprou o terreno em 1920.

Alguns meses atrás, Leila Pereira cometeu o deslize de chamar o Allianz Parque de Coliseu.

A piscina da ilha, dentro do clube social, está em obras há dois anos. O investimento da Crefisa na piscina olímpica é de se aplaudir. Mas, ao lado do conjunto aquático, a piscina da ilha em obras impede qualquer pessoa de bom senso de chamar o Allianz Parque de coliseu, com banheiros limpos, paredes pintadas e apenas algumas tomadas por consertar na área de imprensa, cujo contrato prevê manutenção a ser feita pela Sociedade Esportiva Palmeiras, não pela W. Torre.

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O Allianz Parque é, então, o coliseu mais desejado do Brasil, cobiçado depois da compra da dívida da W. Torre pelo BTG.

Em Roma, Coliseu não é sinônimo de coisa velha, destruída.

Seu nome oficial é Anfiteatro, o Anfiteatro Flaviano.

A parte de areia, dedicada no passado aos gladiadores, era chamada de "Harenae" palavra que deu origem a Arena. Como o anfiteatro foi construído sobre o lago do palácio onde morava Nero, onde havia uma estátua colossal do Imperador, chamou-se de Coliseu — um Colosso!

O aceno do BTG de querer administrar o Allianz Parque só pode signiicar isso. O Allianz é um Colosso!

O Coliseu de Roma recebe 6 milhões de turistas por ano. No ano passado, encravado em São Paulo, que não é uma cidade turística, o Allianz Parque recebeu 1,2 milhão só para jogos. Só na semana passada, foram 60 mil para o show de Andrea Bocelli.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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