Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Real Madrid de Vini Junior é segundo campeão europeu mais negro da história

Didi foi o único campeão europeu negro dos primeiros seis títulos do Real Madrid e só jogou até as quartas de final da Copa dos Campeões de 1959/60. Na decisão, Dominguez, Marquitos e Pachín; Vidal, Santamaria e Zárraga; Canário, Del Sol, Di Stéfano, Puskas e Gento eram onze jogadores brancos vestindo o uniforme merengue do Santiago Bernabéu.

A diferença para o Santos de Pelé era essencialmente essa. Dos campeões mundiais de 1962 e 1963, os santistas jogavam com Lima, Dorval, Mengálvio, Coutinho e o Rei, todos negros.

A história do futebol europeu mudou daqueles tempos de Real Madrid, seis vezes vencedor nos primeiros dez anos de Copa da Europa, para os tempos mais recentes. Em 2019, o Liverpool tornou-se o mais negro dos campeões europeus, escalando Alexander-Arnold, Matip, Van Dijk, Fabinho, Wijnaldum, Firmino e Mané na decisão contra o Tottenham. Os sete formavam com Alisson, Robertson, Henderson e Salah, este último egípicio, origem árabe.

O Real Madrid campeão no sábado passado, em Wembley, é o segundo campeão com maior número de jogadores negros e com um embaixador da luta antirracista, como Vinicius Júnior. Junto ao brasileiro, estavam em campo os titulares Rudiger, Mendy, Camavinga, Bellingham e Rodrygo. Seis ao todo, mais Militão, que entrou quase no final da partida — o Liverpool também alinhou Joe Gómez e Origi nos minutos finais, em 2019.

O primeiro campeão com jogadores negros da história da Copa dos Campeões da Europa foi o Benfica, com Santana, em 1961, Eusébio e Coluna em 1962. No ano seguinte, o Milan escalou o peruano Benítez. A Internazionale, bicampeã de 1964 e 1965, tinha o ponta brasileiro Jair da Costa, como protagonista. Depois, entre 1966 e 1978, não houve negros titulares em equipes campeãs, até que Viv Anderson levantou a taça pelo Nottingham Forest, em 1979 e 1980.

A Europa parece mais democrática a partir dos anos 1980, com Celso e Juary campeões pelo Porto (1987), Rijkaard e Gullit pelo Milan (1989 e 1990), Angloma, Boli, Desailly e Abedi Pelé pelo Olympique de Marselha, em 1993, Reiziger, Rijkaard, Seedorf, Davids e Finidi, titulares do Ajax, em 1995 — Kluivert e Kanu no segundo tempo.

Como o Ajax, o Chelsea teve cinco titulares em 2021: Mendy, Thiago Silva, Rudiger, Kanté e Reece-James. Mas Liverpool, de 2019, e Real Madrid, de 2024, são os melhores exemplos da mudança que precisava tomar conta dos campos da Europa.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes