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Campanha de Ronaldinho Gaúcho abandona essência do que sua geração pensava

Era muito comum ouvir depoimentos de jogadores da geração do tetra, Jorginho, Dunga, Romário, Bebeto, lamentando que os jogadores tricampeões soltassem farpas contra a seleção. Não havia mais talento, nem compromisso, nem paixão, nem garra, nem futebol.

Gérson era um dos alvos principais. Rivelino, também. Faziam parte da equipe do programa Apito Final, comandado por Luciano do Valle, nas noites de Copa do Mundo em 1986, 1990, 1994, 1998...

As críticas eram semelhantes à geração de 2002, que conquistou o penta ganhando todos os sete jogos e com o melhor ataque. Um ano antes, quando o Brasil perdeu para Honduras, Carlos Alberto Torres decretou o fim do futebol brasileiro num programa da rádio Jovem Pan.

É só pegar arquivos de jornais e rádios do Brasil, para perceber que a campanha dos desodorantes Rexona não inclui, afasta. No passado, os publicitários faziam outro slogan para a marca: "Sempre cabe mais um, quando se usa Rexona".

Bem poderia ser repetida, para dizer que sempre caberá um novo ídolo, num país que teve Pelé, Garrincha, Zico, Rivelino, Sócrates, Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho, Sempre cabe mais um Vinicius Júnior, Rodrygo, Endrick, Raphinha.

Hoje, qualquer um, jogador, artista e até jornalista não olha para o que está anunciando. Apenas anuncia. Sempre cabe mais um, seja dólar, euro ou real no bolso.

Dizer que a seleção não ganha mais por falta de garra, de técnica ou de talento é enxergar com um tapa-olhos. O problema é a organização, o confiabilidade, a montagem coerente de um time.

Se o Brasil ainda é o único país do século 21 com jogadores em todas as finais de Champions League é porque o problema não é falta de qualidade.

Falta trabalho.

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Em alguns casos, pode estar faltando memória e caráter.

Mas é justo que os jogadores da atual seleção mostrem que esta coluna está certa, e não errada. Não agora, na Copa América. Na Copa do Mundo, daqui a dois anos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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