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O Vasco e o analfabetismo do futebol brasileiro

Álvaro Pacheco desembarcou no Galeão no dia 20 de maio, recepcionado por uma legião de torcedores esperançosos por um treinador moderno.

Não havia ainda terminado o Campeonato Português, em que deixou o Vitória de Guimarães em quinto lugar, posição em que o clube permaneceu no restinho de campanha, sem seu comandante.

Na chegada, no Galeão e em São Januário, a moda era ver vascaínos com boinas, modelito do heroico português, digo, do técnico que não conseguiu ser heroico.

Pacheco deu o azar de cair num clube em litígio com seu investidor. O presidente Pedrinho tem, a seu favor, o fato de não o ter contratado. Quem o chamou foi Lúcio Barbosa, CEO da 777 e que já se foi, como o recém-contratado e que pediu demissão, Pedro Martins, agora ex-diretor de futebol.

Mesmo assim, é uma crueldade. Álvaro Pacheco viveu no Brasil entre 20 de maio e 20 de junho, apenas. Saiu porque não fez bom trabalho, dizem. Que trabalho? Um mês no cargo não é suficiente para avaliar contínuo, quanto mais um treinador em meio a uma crise deste tamanho.

A culpa de Pacheco é ter aceitado vir para este mundo de loucos, em que se argumenta haver uma cultura do futebol brasileiro que castiga os treinadores, sem notar que, na verdade, é o analfabetismo dos dirigentes que causa este desgaste.

O Vasco pagará seu salário até o final do ano, ou cobrará que a 777 Partners pague. Pode pagar mais caro, se o mês desperdiçado levar ao rebaixamento. No Brasil, Álvaro Pacheco ganhou uma garrafa de vinho de Abel Ferreira. E um ponto do empate com o Cruzeiro.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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