Romênia se classifica trinta anos depois de Hagi e no mesmo dia de 1994
Gheorge Hagi é um personagem impressionante e, ao seu modo, foi um homem a serviço da Democracia.
Em 1994, um dia depois cde Brasil 1 x 0 Estados Unidos, encontrei-me com o craque da Copa do Mundo até as oitavas de final.
Chegamos, o repórter-fotográfico Nelson Coelho e este colunista, meia hora antes do combinado, ao hotel que ficava em San José, na Califórnia. O assessor de imprensa disse que Hagi não falaria, por recomendação do técnico Anghel Iordanescu.
Na hora marcada, Hagi desceu. Explicou que tinha agendado a entrevista e conversou com a equipe da revista Placar por mais de 90 minutos. "É verdade que o goleiro Duckadam teve as mãos marteladas a pedido do ditador Nicolae Ceaucescu", perguntei. "Não é verdade, mas ele morria de ciúme dos jogadores", respondeu Hagi.
Duckadam era o goleiro do Steaua Bucareste, campeão da Liga dos Campeões contra o Barcelona, em Sevilha, numa decisão por pênaltis em que defendeu todas as quatro cobranças do Barça. Inédito!
"Ele teve uma doença circulatória que afetou suas mãos, mas havia mesmo o boato de que Ceaucescu mandou materlá-las e o ditador tinha ciúme dos jogadores. Por isso, quando acabou o autoritarismo, decidi falar com a imprensa do mundo todo."
Em síntese, Gheorge Hagi explicava por que a imprensa é importante para o craque.
No dia 26 de junho de 1994, a Romênia venceu os Estados Unidos por 1 x 0, gol do lateral Dan Petrescu. Classificou-se em primeiro lugar no grupo dos anfitriões, dos suíços e dos colombianos, eliminados.
Exatos trinta anos depois, os romenos empatam com os eslovacos e se classificam em primeiro lugar na chava de Bélgica.
O time é dirigido por Edvard Iordanescu, filho do técnico de 1994, e tem Ianis Hagi como camisa 10, o herdeiro de Gheorge Hagi.
O resultados faz com que a Romênia saia do lado mais difícil da chave, em que estarão Alemanha, Espanha, França, Portugal, Dinamarca e Bélgica
Os romenos enfrentarão Eslovênia ou Holanda nas oitavas de final, Áustria ou República Tcheca ou Turquia nas quartas.
Vai haver uma surpresa na semifinal, como há trinta anos, na Copa dos Estados Unidos.
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