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OpiniãoEsporte

Allianz tem gritos de 'fica, Dudu!' em meio a incômodo de ídolo com direção

Assim que terminou a vitória do Palmeiras sobre o Bahia, começou o treino comandado pelos assistentes de Abel Ferreira com os jogadores que estiveram em campo por menos de 30 minutos. Estavam Luighi e Vanderlan, que disputaram os minutos finais. Também Felipe Anderson e Dudu. Dois times divididos em metade do campo num rachão.

Dudu começou mal, mas a partir de metade do treinamento seu time cresceu e ele deu quatro passes para gols. Mudou o jogo. Dentro de um dos restaurantes do estádio, um grupo de torcedores que permanecia jantando e assistindo à atividade, começou a se manifestar: "Fica, Dudu! Fica, Dudu!"

Se este comentarista, ainda sentado na tribuna de imprensa do Allianz Parque, presenciou tudo, certamente Dudu ouviu. Mas ele está triste.

Certo ou errado, entende que não houve nenhuma manifestação do clube, que nada foi postado nos canais oficiais do Palmeiras sobre o retorno do maior ídolo do século depois de dez meses de lesão.

O clube, institucionalmente, não fez. A torcida, sim.

No jogo de seu retorno ao banco de reservas, contra o Vasco, antes de explodir a notícia de seu pedido para se transferir ao Cruzeiro, o Allianz Parque inteiro pediu sua entrada em campo. Abel explicou que ainda não estava confortável. Depois ficou a dúvida se o desconforto era físico ou pela hipótese de transferência.

Parte da torcida uniformizada foi à sua casa pedir para que não se transfira e Leila Pereira deixou claro que, pelo clube, ele cumpriria sua palavra. Tinha enorme parcela de razão. Se ela, como presidente, empenhou sua palavra ao Cruzeiro a pedido do jogador, o natural seria cobrar que ele honrasse o que pediu.

Mas Dudu tem contrato, a maior parte da torcida não deseja sua saída e o Flamengo não oferecerá um contrato de três anos para tê-lo no elenco, como o Cruzeiro faria.

Numa improvável troca por Gabigol, o Palmeiras oferece três anos de contrato e o Flamengo mantém o ano e meio que Dudu tem a cumprir no Parque Antarctica. Para Dudu, não vale a pena. Daqui a um ano e meio, grande parte das arquibancadas do Allianz Parque pedirão sua renovação de contrato. No Flamengo, se não ganhar a posição de Bruno Henrique e Éverton Cebolinha, seu acordo durará 18 meses e só.

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Entre os amigos de Dudu, o consenso é que Leila Pereira quer negociá-lo a qualquer custo. Ele não precisa sair de qualquer jeito. Tem um contrato a cumprir e que precisa ser respeitado por seu empregador.

O grupo de torcedores que assistiu ao treino de domingo à noite concorda com isso.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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