Dez anos depois do 7x1, muita coisa piorou
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, é o quarto homem na cadeira do prédio da Barra da Tijuca desde o 7x1. Os três anteriores foram depostos: José Maria Marin, Marco Polo del Nero e Rogério Caboclo.
O próprio Ednaldo está no cargo por causa de uma medida liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, cujo instituto é parceiro da CBF Academy, com assinatura de Ednaldo.
Essa gestão que manteve o Campeonato Brasileiro em atividade durante a Copa América conseguiu a proeza de fazer o Brasil jogar contra o Uruguai sem Pedro e Gérson, para que o Flamengo pudesse liberar apenas De la Cruz, De Arrascaeta, Varela e Vina.
Ou seja, o técnico da seleção repleta de erros não pode convocar quem e se quiser, porque o Flamengo tem de liberar para o Uruguai. E é claro que o rubro-negro está certo.
Há doze anos, havia quem simplificasse a questão do calendário dizendo que o Santos tinha de vender Neymar, porque ele jogava para a seleção e não para o clube.
Simplificar problemas só serve para agravá-los. O problema da seleção brasileira, dez anos depois do 7x1, passa pela geração, mas não é da falta de talento.
Os técnicos brasileiros podem ser melhores e ninguém foi contra estrangeiro, quando se falou em Ancelotti. Mas se der essa CBF para Guardiola, há chance de não mudar nada.
Há muita coisa mais grave hoke do que nos 7x1, provocado por uma seleção em que todos tinham medo de serem vilões, como relatado no livro "Escola Brasileira de Futebol", deste autor.
Em que toda a responsabilidade criativa recaiu sobre dois jogadores de 22 anos, Neymar e Oscar, porque Ronaldinho e Adriano desistiram de jogar em alto nível.
Em que o presidente da CBF fez uma comissão técnica às pressas, medida midiática, apostando que a experiência de dois campeões mundiais daria resultado.
Que não se preparou técnica, tática e psicologicamente para disputar a Copa em casa.
Um avião não cai por uma só causa. O 7x1 também não tem um motivo apenas.
E eles só se agravaram nos últimos dez anos.
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