Craques do tetra fazem com geração atual o que reclamavam dos tricampeões
A festa organizada pelos tetracampeões mundiais contou com Romário e Ricardo Teixeira, Jorginho e Mauro Silva, ou seja, foi absolutamente heterogênea. O que explica que nem todos têm comportamentos justos ou injustos em relação ao futebol atual. Mas houve depoimentos em relação aos jogadores de hoje que lembram muito o que os tricampeões falavam antes do tetra. Comentários que provocavam indignação em boa parte do grupo que ganhou a Copa nos Estados Unidos.
Naquela época, Gérson, Rivelino, Pelé e Carlos Alberto, comentarista de TV durante o Mundial, contestavam muito as decisões de Parreira. Mas era comum haver comentários sobre a qualidade da geração, em comparação com a dos tricampeões.
No início da cobertura, em Los Gatos, na Califórnia, percebia-se no contato com os tetracampeões um certo rancor pelo tom dos comentários que ouviam do Brasil. Um bom exercício é assistir aos programas Apito Final, da Rede Bandeirantes, disponíveis no YouTube.
O mundo é diferente e, de fato, é preciso cobrar compromisso dos jogadores. Daí a lamentar que vão para Ibiza depois da Copa América, como se nada tivesse acontecido, é como ponderar que nos momentos de folga da Copa os jogadores também se reuniam com suas famílias e, eventualmente, iam a parques temáticos. Ou Romário, que sempre teve praticou o que chamava de "seu esporte preferido" nas horas de folga.
Não se trata de falta de compromisso dos jogadores. Trata-se de a CBF conseguir criar um ambiente em que todos entendam a obrigação de montar um time forte, a médio prazo, e trabalhar num ambiente que forme uma equipe sólida e capaz de sonhar com o título em 2026.
Era exatamente essa a cobrança em 1994, quando boa parte do país discutia se havia talento suficiente para representar o país no mesmo nível do passado. Os craques do tetra se incomodavam com as críticas, principalmente as que vinham dos veteranos de 1970.
É preciso criar compromisso. Esse tipo de ambiente não se exige. Constrói-se.
Foi assim em 1994.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.