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Uma imagem vale mais do que mil palavras e vale lembrar o nome do fotógrafo

A maior imagem olímpica até esta terça-feira (30) é a de Gabriel Medina saindo da onda, com o dedo indicador apontado para o céu e a prancha, paralela ao seu corpo, voando para a glória junto com o sufrista.

Victor da Matta - A foto do dia! *Contém texto alternativo : Jerome Brouillet/Getty Images #OlimpiadasNoSportv #NossoMundo #Paris2024 #Brasil #Surf #GabrielMedina #Medina | Facebook

A imagem foi capturada pelo repórter-fotográfico francês Jêrome Brouillet. O repórter André Galindo teve a sensibilidade de procurar o jornalista, para contar o momento do clique: "Fiz a foto, olhei para a câmera, selecionei os cliques e vi as imagens do pulo e do meio. Olhei e vi que fiz um bom trabalho."

A vida do repórter-fotográfico é, muitas vezes, assim. A certeza da grande foto só vem quando se observa o material completo. Às vezes vem uma obra de arte, daquelas que nos fazem perguntar e debater: fotografia é arte?

É, tanto quanto o cinema. E o fotógrafo, o artista, muitas vezes fica anônimo, esquecido.

Quem fez a fantástica foto da bicleta de Pelé, contra a Bélgica, em 1965?

Foto da bicicleta de Pelé em jogo no Maracanã será leiloada ...

O repórter-fotográfico era Alberto Ferreira.

E a de Tupãzinho marcando o gol do título brasileiro do Corinthians, em 1990?

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OClubeMaisBrasileiro - Por trás da foto: o gol de Tupãzinho no título Brasileiro de 1990

Daniel Augusto Jr.

São tantos incontáveis artistas brilhantes, que é até covardia apresentar uma imagem sem falar sobre todas. Nelson Coelho, Pedro Martinelli, Ricardo Corrêa, Sérgio Moraes, Julio Cesar Guimarães, JB Scalco, só para citar alguns que a vida deu a sorte de conhecer. Outros, como Scalco, não, por ter partido tão cedo.

Cada imagem tem uma história e uma das mais emocionantes é de Domicio PInheiro, apelidado Toc, Toc, porque onde ia tinha notícia — e ele fotografava. Injustiça com o brilhante repórter, que estava onde o fato se impunha e o fotografava, fosse história boa ou ruim.

Numa delas, a arquibancada da Vila Belmiro caiu, em 1964. Domício fotografou a tragédia, como todos os outros. Então, virou-se para o campo, para fotografar o desespero dos jogadores. Olhou para a notícia e logo para a consequência dela.

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A imagem de Gabriel Medina pela lente de Jerome Brouillet ficará como a do número um do surfe. Se Medina ganhar o ouro, muita gente nem vai se lembrar de que o clique aconteceu nas oitavas de final.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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