Adílio, eternamente!
A maior atuação da carreira de Adílio foi Flamengo 3 x 0 Santos.
Talvez, os rubro-negros de todos os dias de Maracanã lembrem-se de outros dias gloriosos do incrível craque. Mas, naquele maio de 1983, ele jogou demais. Fechou a campanha do terceiro título brasileiro do Flamengo com um gol de cabeça fenomenal, concluindo o cruzamento de Robertinho e fechando os 3 x 0 sobre o Santos diante de 155 mil torcedores, recorde da história do Brasileirão.
Um ano antes, em março de 1982, também jogou bem em sua única atuação pela seleção brasileira. "Passe de Adílio e gol de Júnior: vibra o Maracanã!" Foi a manchete de O Globo do dia seguinte à atuação que poderia levar Adílio à Copa do Mundo de 1982, não fosse a concorrência de Sócrates, Toninho Cerezo, Falcão e Zico.
Adílio é um monstro sagrado. Cresceu na Cruzada São Sebastião, à margem do Jardim de Alá, zona sul do Rio de Janeiro. Cresceu perto de seu eterno amigo Júlio César, apelidado Uri Geller e ponta-esquerda do título brasileiro de 1980. A história de Adílio foi Caso Verdade, programa dos fins de tarde da Rede Globo, na década de 1980, que retratava em forma de novela experiências reais
Muitas vezes, Cláudio Coutinho e, depois, Paulo César Carpegiani, deslocavam o camisa 8 para a ponta esquerda. Então, chegou a disputar indiretamente o lugar com o amigo Júlio César. Na finalíssima do Estadual de 1981, o "Jogo do Ladrilheiro" contra o Vasco, jogou assim. Apesar da camisa 8 às costas, Carpegiani escalou-o pela esquerda. Leandro vestiu a 11 e jogou como segundo volante, Lico na direita com a 7.
Adílio jogou muito bem e fez o primeiro gol, aproveitando uma bola rebatida depois de um escanteio. A partida está inteira disponível no Youtube.
Da Cruzada São Sebastião à Barra da Tijuca. Nos últimos anos de vida, Adílio morou no Parque das Rosas, quase vizinho do lateral Branco — e deste colunista. Era a gentileza em pessoa e não merecia a crueldade de um câncer violento, no pâncreas.
Adílio é um dos casos de jogadores que o tempo faz parecerem comuns. Não era por sua história de vida e por sua alegria de jogar. Não apenas a bandeira do Flamengo está a meio pau. O bom futebol contempla um de seus maiores representantes.
Deixe seu comentário