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Entrevista de técnico é obrigatória por regulamento. O resto é desrespeito

O Flamengo entrou na moda dos clubes que se recusam a dar entrevista coletiva ou proíbem seu técnico de oferecer suas explicações à opinião pública. No ano passado, Renato Portaluppi deixou a Arena do Grêmio mais cedo, porque tinha uma viagem agendada. Não deu coletiva. Na semana seguinte, um repórter da rádio Gaúcha me perguntou se eu julgava passível de multa imposta pelo clube ao seu treinador. Respondi: o clube, não. A CBF, sim.

Está no regulamento geral das competições, artigo 121: A coletiva de imprensa após o fim da partida é obrigatória, devendo o Clube se fazer representar por um atleta e o treinador da equipe, ou o assistente técnico. A escolha das perguntas, a seleção dos profissionais que vão perguntar, a duração da coletiva e o acesso ao local são de inteira responsabilidade do clube que está realizado a coletiva (mandante ou visitante). § 1º - Em até 30 (trinta) minutos após o apito final, deve-se iniciar a entrevista coletiva do clube visitante. Em seguida, será realizada a do mandante.

Todo o resto é desrespeito.

O Flamengo já reclamou de arbitragem até no Mundial de Clubes. Não deixou de dar esclarecimentos em conferência de imprensa. Se tentasse fazer isso, seria multado duramente. Ninguém deixa de dar a entrevsita obrigatória em Champions League nem Premier League.

Nem em Copa do Mundo. Tite nunca foi aconselhado a não dar entrevista coletiva pela seleção. Se fosse aconselhado, saberia que é um erro. Com a experiência que possui, duas Copas do Mundo, sabe bem que se trata de descumprimento de uma das obrigações dos treinadores, pelo regulamento das competições. Desrespeito com o público. Falta de consideração com o trabalho dos profissionais que estão à sua espera.

Na Libertadores, não conceder entrevista implica multa. No Brasileirão, o regulamento obriga a entrevista, mas não aplica multa. Tem de aplicar. R$ 1 milhão, depois R$ 2 milhões, depois R$ 4 milhões e em progressão geométrica em caso de reincidência.

Erro de arbitragem teve em Eurocopa, final da Liga das Nações da Europa, teve pênalti investigado pelo VAR sobre Vinicius Júnior que deveria ser marcado e não foi, o sueco Glenn Nyberg não marcou pênalti, quando Gabriel Magalhães pegou a bola com as duas mãos dentro da área.

É necessário, também, disciplinar o comportamento dos repórteres. Quem entra na sala de entrevistas não deve sair até o final. Mesmo que as empresas de comunicação obriguem muitos dos repórteres a cobrar escanteio e fazer gol de cabeça, fazer a conferência e correr para a zona mista para falar com jogadores.

O técnico do Bayern, Thomas Tuchel, reclamou em conferência de imprensa. Se não falasse por protesto, pagaria multa caríssima por isso. Foi à coletiva pela multa. Mas, sobretudo, por respeito.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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