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Agora é o Vitória quem reclama. Arbitragem não é consenso nem na Inglaterra

O Vitória tem toda a razão em reclamar da arbitragem de Marcelo de Lima Henrique. Especialmente no segundo gol, de Dinneno, que começa com Matheus Henrique abraçando-se com a bola, antes de iniciar a ação ofensiva, que termina com cabeceio de Dinneno. O presidente do Vitória, Fábio Mota, falou em escândalo, disse que o Cruzeiro não precisa desse tipo de ajuda, insinuou que Corinthians e Fluminense, sim.

Seremos todos avalistas de John Textor?

Não é justo com os árbitros, nem com o futebol, apontar o dedo sem levar as provas. Digo, provas, não os indícios. Reclamar da arbitragem é mais velho do que chutar uma bola para a frente.

Até na Inglaterra é.

Pesquisas rápidas indicam textos de jornalistas ingleses, ou influenciadores ligados a clubes — esta praga do mundo recente — discutindo corrupção na profissional arbitragem inglesa.

Tony Attwood, autor do livro Making Arsenal, publicou um texto em janeiro tratando da diferença de comportamento dos árbitros ingleses e alemães. Questionava a PGMOL (Professional Game Match Officials Limited), responsável pela arbitragem profissional da Premier League, por não dar acesso à imprensa para entrevistas com os apitadores.

Apontou para Leipzig 2 x 3 Bayer Leverkusen, jogo em que a estrela pós-partida, o personagem mais entrevistado, foi o árbitro Matthias Jollenbeck. .Perguntava por que a PGMOL não permite o mesmo acesso aos árbitros na Inglaterra. Espantava-se com o fato de o chefe dos árbitros, Howard Webb, ter admitido um pênalti não marcado a favor do Liverpool, que beneficiou o Arsenal. Dizia que se é verdade que todos os árbitros erram todo o tempo para todos os lados, por que agora se faz parecer que o único clube prejudicado é o Liverpool.

Clubismo puro.

Terminava seu texto perguntando qual a diferença entre arbitragens inglesa e alemã:

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a) There is corruption in the English game which does not exist in Germany

b) There is incompetence in the English game in terms of refereeing which does not exist in Germany

c) Both a) and b)

Traduzindo: a) há corrução no futebol inglês e não no alemão; b) há incompetência na Inglaterrae não na Alemanha: c) As duas doisas.

Há populistas digitais, mentirosos e levianos em qualquer lugar do mundo. Pode haver corrupção também em qualquer país do planeta. Já houve escândalos de arbitragem no Brasil, Itália, Alemanha, Portugal... Para ter certeza, é preciso apresentar provas, investigar exaustivamente, punir culpados.

Armando Marques morreu dizendo: "A arbitragem mudou muito. Hoje os árbitros são péssimos e são honestos." Uma parte da crise passa pelo descrédito e pela pressão imposta à única função amadora na estrutura profissional do esporte.

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E olha que na Inglaterra são profissionais.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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