Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Brasil bate recorde de estrangeiros, mas perde 41 jogadores para o exterior

Das 101 contratações da janela de transferências mais longa dos meios de temporada brasileira, 35 são jogadores estrangeiros. Os 35% representam recordes de gringos nos elencos de São Paulo (9), Grêmio (9), Flamengo (8) e Botafogo (8). O líder do campeonato foi quem mais contratou em quantidade e qualidade. Só o Atlético Goianiense trouxe, no meio do ano, o mesmo número de reforços: 8.

O Corinthians contratou sete, como Fluminense, Cruzeiro e Juventude.

Não é bom ter a quantidade de estrangeiros atual. Esta não é uma informação precisa, mas uma opinião que se baseia em dois fatores: 1. o maior produto do futebol do Brasil ainda é a seleção, que precisa de atletas revelados e mantidos dentro do estilo daqui; 2. tentar se globalizar como Inglaterra, Itália e Espanha esbarra no fato de que, aqui, contrata-se quem a Europa não faz questão de manter.

Há exceções, como Almada e De la Cruz.

A janela do meio do ano deveria ter o intuito de corrigir problemas da formação da equipe em janeiro, não de montar novos times, como fez o Corinthians, com seus sete reforços, tentativa ousada e cara de evitar o rebaixamento. Pode dar certo.

O contraponto dos 35 de contratações estrangeiras está no volume de negociações. O Brasil mantém a média de exportar 41 dos jogadores que estavam à disposição de seus treinadores quando o Brasileirão começou. Casos de Endrick, que disputou seis partidas do primeiro turno pelo Palmeiras, André, de 12 jogos pelo Fluminense, Alexander, escalado 15 vezes entre titular e suplente.

O Palmeiras perdeu quatro jogadores para o exterior: Endrick, Luís Guilherme, Garcia e Luan. Contratou três: Giay, Felipe Ânderson e Maurício. O meia é a contratação mais cara da história palmeirense, a 11ª no ranking do país.

Dos dez maiores negócios da história do futebol do Brasil, quatro aconteceram para a temporada 2024: Almada (1º), Alcaraz (2º), Luiz Henrique (3º), De la Cruz (4º) e Luciano Rodriguez (10º). De la Cruz foi comprado do River Plate em dezembro de 2023, mas para efetivamente atuar na atual temporada.

O Brasil mudou de patamar nas contratações. Mas o limite de nove estrangeiros pode representar um risco a médio prazo: vender os melhores brasileiros e contratar estrangeiros que a Europa não faz questão.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes